Ações de Petrobras e Banco do Brasil fecham em queda após vitória de Lula
As ações da Petrobras e do Banco do Brasil tiveram as maiores quedas do Ibovespa nesta segunda-feira (31), um dia após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra Jair Bolsonaro (PL) na disputa à Presidência.
A negociação dos papéis oscilou negativamente durante todo o pregão, com PETR4 encerrando em queda 8,47% e PETR3, 7,04%. Já BBAS3 teve queda de 4,64%.
Segundo Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, os primeiros sinais do mercado foram de estresse. “O mercado tem feito um raciocínio de que educação e varejo podem se beneficiar com o governo Lula, enquanto as estatais podem ser prejudicadas. Foi uma dinâmica observada há pelo menos uma semana”, pontuou.
O economista afirmou que a apreensão do mercado passa a ser em relação à expectativa sobre a equipe econômica do presidente eleito, enquanto digere os resultados das eleições de domingo.
Na visão de Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Órama, o mercado volta a precificar as estatais como havia feito antes do resultado do primeiro turno, quando a vitória do candidato do PT era dada como certa.
“Depois do primeiro turno, que mostrou um resultado mais apertado, o mercado colocou no preço a hipótese da reeleição e aconteceu o rali da Petrobras. Com a derrota, o valor volta ao patamar de negociação de antes e a expectativa de privatização da estatal no futuro sumiu”, afirmou.
Para ele, os investidores devem monitorar a divulgação de resultados da petrolífera na quinta-feira e o preço do barril de petróleo no exterior, enquanto aguardam indicadores da composição da próxima equipe econômica.
“O mercado não foi absolutamente surpreendido e não pode agir como se tivesse sido. Este não é um ‘cisne negro’ ou um ‘efeito de cauda’”, declarou o economista.
Os bancos J.P. Morgan e BTG revisaram para baixo parte de suas expectativas em relação às ações da Petrobras, após a confirmação da vitória de Lula no domingo.
Em relatório a clientes, o J.P. Morgan cortou a recomendação de compra para a petroleira para “neutra”, e reduziu o preço-alvo de R$ 53 para R$ 37.
Já o BTG Pactual, que também mantém em “neutra” sua recomendação, cortou a expectativa de preço para os próximos 12 meses de R$ 40 para R$ 35,70, consideradas as ações da Petrobras listadas na B3, e de US$ 15 para US$ 13,50, no caso das ADRs, negociadas na bolsa americana.
O Goldman Sachs esperava reação negativa das ações do Banco do Brasil, também citando aumento de incertezas após Lula vencer a disputa pelo Palácio do Planalto, mas manteve a recomendação de “compra”, “uma vez que a ação está com desconto significativo em relação aos pares do setor privado”.
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