Austrália vence Dinamarca pela diferença mínima e avança às oitavas
Austrália consegue vitória e avança para as oitavas de final pela segunda vez na sua história (Foto: Chandan KHANNA / AFP)
Os Cangurus celebram vitória magra, suficiente para bater um rival pouco inspirado e justificado por mensagem política
Até onde vai a índole por defender um ideal? Provavelmente a Dinamarca tenha apresentado um exemplo ao jogar sem inspirações e perder por 1 x 0 frente à Austrália, na manhã desta quarta-feira (30/11), no Estádio de Al-Janoub, em Al-Wakrah, pela rodada final do Grupo D da Copa do Mundo Qatar-2022.
Para os australianos, trata-se de uma glória vencer uma equipe qualificada. Entretanto, nos 90 minutos, tal realidade não se concretizou, com raríssimas chegadas dos europeus, intencionados a tão somente participar da competição com sua camisa e sua mensagem a favor dos direitos humanos, uma pauta tocada uma e outra vez pelos daneses. O que o mundo pode ver como uma vergonha, é motivo de orgulho para o povo dinamarquês.
Os Cangurus aguardam o vencedor do Grupo D da competição, a ser definido na tarde de hoje. Quem vencer esta divisão enfrenta a formação oceânica, representante da Ásia, no próximo sábado (3/12), no Estádio Ahmad Bin Ali, em Al-Rayyan, a partir das 16h.
O jogo
A partida iniciou com os daneses pressionados contra as linhas altas e a força da marcação austral. Tal ímpeto resultou no primeiro cartão amarelo já com três minutos de jogo, apresentado para o lateral-direito Aziz Behich. Com um pouco mais de campo, os europeus trabalhavam pacientemente a bola, sem pressa nem dificuldade para criar chances de ter como finalizar. Aos dez minutos, Mathias Jensen foi o primeiro a chutar em gol, exigindo a defesa de Matt Ryan.
Após ceder o esférico, os Cangurus decidiram por tentar contra-ataques com o mesmo sucesso que as investidas rivais, devido à sua boa postura defensiva neste segundo instante, sem correr grandes riscos, com o resultado zerado servindo-lhe para seguir na competição. Apenas em trama dinamarquesa pelo seu lado direito, aos 19, o goleiro Matt Ryan quase se atrapalha após desvio de um colega defensor.
Os nórdicos cercavam e não faziam questão de ceder a posse de bola com facilidade, tanto ao apertar no campo rival quanto ao desenvolver minuciosamente seus passes a partir da intermediária de ataque. Era um grande risco para os oceânicos manter-se recuados desta forma e, evidentemente, estavam cientes desta possibilidade de fracasso.
Ao sair de seu campo, os australianos sentiam claramente a periculosidade da exposição ao sofrer um forte contragolpe aos 28, findado com chute próximo à meta executado por Christian Eriksen. Sem a mesma carga no campo contrário, os representantes da Ásia mantiveram mais o esférico e voltaram a levar perigo aos 41, com Mitchell Duke, em encaixe de Peter Schmeichel.
Para a etapa final, os austrais voltaram com a firme ideia da possibilidade de bater a forte seleção adversária em campo, subindo suas linhas de marcação até o meio-campo e disputando a bola nestes espaços, evitando a proximidade à sua área sempre que possível. O novo ritmo exigiu maior correria dos daneses, apesar da alternativa selecionada fosse a abertura na distribuição tática de seus homens, ainda ineficaz para gerar ocasiões de gol.
Após mexer mais ainda no time por volta dos 12 minutos, a ofensividade fez da retaguarda um fator de exposição. Na primeira chance após as alterações, logo em seguida, Eriksen bateu falta perigosamente fechada, com pouco ângulo desde a esquerda do ataque. Aos 15, Mathew Leckie teve um contra-ataque claro, cortou contra Joakim Maehle duas vezes e finalizou perfeitamente, com batida rasteira e inalcançável ao arqueiro, para abrir o placar.
Apesar do tento, a situação do jogo ficou ainda mais equilibrada, ao invés de uma reação mais incisiva dos nórdicos, como era esperado. Como se nada estivesse acontecendo, o tempo se ia e a Dinamarca pouco atacava com ímpeto, considerando, independentemente do resultado a seguir, uma apresentação tíbia e decepcionante de uma postulante a sensação e favorita à classificação, indicada pela prévia.
Termina assim a participação de uma das seleções ativistas pelos vários temas sociais e políticos feridos nesta Copa do Mundo, sem brilhantismo nem exibição, como no ocultar do escudo nacional nas três partidas, fechando a competição na lanterna do grupo. O passe equivocado de Joachim Andersen para Andreas Christensen, em diferença de cinco metros, sem marcadores por perto, aos 35, comprova que os europeus fingiram não saber jogar futebol.
No abafa final do jogo, Schmeichel até foi à área em escanteio aos 48, mas apenas para fazer figura dramática. O córner, sem surpresas, parou nas mãos de Ryan, faltando três minutos para o fim do jogo.
Ficha técnica:
Austrália 1
Ryan; Degenek, Souttar, Rowles e Behich; Mooy, Irvine, Leckie (Hrustic) e Goodwin (Baccus); Duke (Maclaren) e McGree (Wright)
Técnico: Graham Arnold
Dinamarca 0
Schmeichel; Kristensen (Bah), Andersen, Christensen e Maehle (Skov); Hojbjerg, Jensen (Damsgaard), Eriksen, Olsen (Cornelius) e Lindstrom; Braithwaite (Dolberg)
Técnico: Kasper Hjulmand
Gol: Leckie, aos 15 minutos do 2º tempo
Cartões amarelos: Behich e Degenek (Austrália); Skov (Dinamarca)
Arbitragem: Mustapha Ghorbal (Argélia)
Correio Braziliense
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