Argentina vence México com gol de Messi; camisa 10 iguala números de Maradona
Messi atingiu marca histórica na vitória diante do México no Catar (Foto: Kirill Kudryavtesev/AFP)
Argentinos seguem vivos na luta por vaga nas oitavas de final
Em uma noite de The Voice Qatar no Lusail Stadium, as torcidas da Argentina e do México chamaram mais a atenção do que o futebol das duas seleções no triunfo alviceleste, por 2 x 0. Foi um jogo do barulho nas arquibancadas e do silêncio dentro das quatro linhas. Os hinos nacionais cantados como se não houvesse amanhã indicavam, de fato, que era preciso vencer para evitar o check-in antecipado de volta para casa. Os decibéis atingiram níveis ensurdecedores. Era como se estivéssemos no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, ou no Azteca, na Cidade do México.
A vitória da Polônia contra a Arábia Saudita determinou o enredo da partida no palco da final da Copa. Em apuros, os bicampeões tinham de atacar com cautela. Derrota representaria queda precoce inaceitável na fase de grupos. O empate na estreia deu mais margens de erro ao México, mas nem assim a seleção do argentino Gerardo “Tata” Martino se atirou ao ataque. Esperava pelo contra-ataque, o meio de campo e o ataque deixavam muito a desejar quando a chance pintava. O lance mais plástico do primeiro tempo partiu dos pés de Vega em uma cobrança de falta seguida por uma ponte que valeu o tíquete na etapa inicial. O espetáculo de fogo e luzes no intervalo até fez esquecer a frieza da partida.
A etapa final começou com uma cobrança de falta desvalidaras de Messi, a terceira dele nesta Copa sem acertar o alvo. O México ameacava agredir a Argentina, mas esbarrava na limitação técnica do time. Quando não dominavam a bola, os homede frente eram facilmente dominados pelos marcadores. Até que a Argentina resolveu tomar conta definitivamente da partida.
A Argentina, não, Lionel Messi. A canhota do gênio emendou um chute rasante indefensável para o veterano goleiro Ochoa. Um pouquinho de espaço foi suficiente para ele levantar o lado alviceleste do The Voice Qatar e transformá-lo em Monumental de Núñez. Foi como acionar o botão mute do até então pilhado lado azteca. Messi alcançava a marca de oito gols em Copas. Alcançava o patamar de Maradona, autor de oito em 1982, 1986,1990 e 1994. Faltam dois para alcançar os 10 de Batistuta. Será nesta Copa ou nunca mais.
Aos gritos de “Sí, se puede”, os mexicanos descobriam que não, não podiam contra o exército de um homem só. Bastaram lampejos de quem coleciona sete prêmios de melhor do mundo para salvar a Argentina de um vexame como aquele de 2002, quando deu adeus na fase de grupos. Reverenciado aos gritos de “Messi”, a Pulga ainda cobrou escanteio para Enzo Fernández marcar o segundo.
O 10 terá como próxima missão desbancar o atual número 1 do mundo no Fifa The Best, Lewandowski, na batalha final por uma vaga para as oitavas de final. A Polônia lidera o grupo com quatro pontos. Argentina e Arábia Saudita têm três e o Lanterna México, um. Todos chegam vivos na última rodada.
Na noite do The Voice Qatar, os corais de Argentina e México encerraram a noite apenas como convidados especiais do prelúdio de mais uma noite de carreira solo de Lionel Messi: um gol, uma assistência e a reverência da plateia.
Correio Braziliense
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