Jurista diz que pesquisas devem ser investigadas como fake news
Pesquisas como do Datafolha erraram em mais de 10 pontos percentuais Foto: Smartmockups
Advogado especialista em Direito Eleitoral diz que o TSE deve investigar os institutos de pesquisas
As eleições do último domingo (2) colocaram em xeque a metodologia utilizada pelos institutos de pesquisa de intenções de votos. O ex-juiz de Direito Adriano Soares da Costa declarou que as pesquisas foram a maior fake news do processo eleitoral.
O autor do livro Instituições de Direito Eleitoral (2006) concedeu uma entrevista ao Gazeta do Povo comentando sobre o assunto e, para ele, os institutos devem ser investigados e até responsabilizados criminalmente.
– Em tempos do combate às fake news, que foi colocado inclusive como uma bandeira, como uma premissa tão relevante para a integridade do processo eleitoral, a maior fake news nasceu das pesquisas eleitorais, publicadas, inclusive, às vésperas da eleição – comentou o especialista.
Costa entende que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve se manifestar sobre o caso, diante dos erros que foram apresentados pelas empresas.
– Estamos em um período em que se fala tanto sobre fake news, que as fake news interferem no processo eleitoral e devem ser combatidas… E quando as pesquisas eleitorais se apresentam tão disparatadas em relação ao processo eleitoral, depois de apurado? Essa é uma discussão que cabe ao TSE enfrentar – pontuou o jurista.
Na análise, Costa disse que é possível que as pesquisas tenham ferido o princípio da boa-fé objetiva, previsto no Código Civil e no Código de Defesa do Consumidor. Para ele, esse ponto também deve ser analisado pelas autoridades.
ERRO COM VIÉS IDEOLÓGICO
O jurista completou afirmando que os erros das pesquisas foram todos para beneficiar um lado, sendo assim, não pode ser um simples erro.
– Há um erro de viés ideológico. Se há um erro assim, talvez não seja incompetência. Pode haver método, e esse método precisaria ser exposto – disse.
O advogado ainda falou sobre como a imprensa utilizou esses dados errôneos e, por isso, também devem ser investigados.
Para os candidatos que se sentirem lesados pelas pesquisas, Costa sugere que entram com processo para questionar os dados e então verificar se eles agiram de má-fé.
Leiliane Lopes
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