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sexta-feira, 7 de outubro de 2022

PESQUISAS DESACREDITADAS

Quem acredita mais em pesquisas?


As primeiras pesquisas para presidente, a do Ipec e a do PoderData, a primeira divulgada na quarta-feira passada e a segunda ontem, apontam a vitória de Lula, candidato do PT, na dianteira. O Ipec, da Rede Globo, deu uma diferença de oito pontos. A PoderData foi diferente, uma vantagem de apenas quatro pontos, ou seja, metade do Ipec.

O Ipec global foi o que mais errou no primeiro turno. Chegou a apontar uma dianteira de 14 pontos percentuais para Lula. Também, como o Datafolha, previu que o petista seria eleito no primeiro turno. Abertas as urnas, a comprovação da mentira deslavada: Lula saiu na frente, é verdade, mas com uma frente chinfrim, de apenas cinco pontos.

Eleição de segundo turno é uma nova eleição, com feições, nuances e cenários políticos e eleitorais completamente antagônicos ao primeiro. Do ponto de vista político, Bolsonaro já é o vitorioso: fez a maior bancada na Câmara dos Deputados – só o PL, seu partido, elegeu mais de 100 parlamentares – e no Senado houve, literalmente, um arrastão bolsonarista.

Só o PL elegeu 11 senadores e os demais partidos da base do presidente darão a ele uma folgada maioria absoluta para governar, diferente de um cenário numa vitória de Lula, que perderia as condições da chamada governabilidade. Outros fatores pesam para aumentar a desconfiança nessas pesquisas de segundo turno, entre elas a partida de Bolsonaro com o apoio dos governadores dos três maiores colégios eleitorais do País – São Paulo, Minas e Rio.

No Nordeste, não houve essa lavagem de Lula prevista pelos institutos manipuladores de pesquisas. A média de Bolsonaro foi de 30%, mesmo em Estados governados por petistas. Com o grosso do eleitorado de São Paulo, Minas e Rio e mantendo-se essa média de 30% no Nordeste, Bolsonaro terá amplas chances de ser reeleito.

Ciristas bolsonaristas 

Pela pesquisa do PoderData, Lula (PT) herdaria 92% dos votos válidos de eleitores que votaram em Simone Tebet (MDB) na 1ª rodada da disputa pela Presidência da República. Já os eleitores de Ciro Gomes (PDT) se dividem: dos que escolhem um dos candidatos, 46% dizem preferir Lula, e 54%, o presidente Jair Bolsonaro (PL). O placar é referente aos votos válidos –ou seja, excluindo votos em branco e nulos do cenário. Tebet ficou em 3º lugar no 1º turno das eleições, em 2 de outubro, com 4,16% dos votos válidos. 

A bolha da esquerda – Reeleito governador do Rio de Janeiro com 58,67% dos votos válidos, Cláudio Castro (PL) disse ter vencido já no primeiro turno por ser o único candidato no campo da direita. Segundo ele, a esquerda não enxerga a vida como ela é. “A esquerda vive em uma bolha”, disse em entrevista ao jornal O Globo. “A vida das pessoas, o que impacta votos, é a redução do preço da gasolina, do arroz e do feijão. As pessoas voltaram a comer em restaurantes populares no meu governo. Existem problemas, é claro. Mas a vida como ela é não é a que a esquerda enxerga”. 

Sempre as metodologias

Esta eleição presidencial, segundo o site Poder360, está sendo desafiadora para as empresas que fazem pesquisa. “Há muitos resultados indicando sinais divergentes. Ficou difícil saber qual é a tendência real deste momento. É importante dizer que todas as pesquisas estão dentro da metodologia adotada por cada instituto. Cada sistema pode ter vantagens e desvantagens, a depender da conjuntura que pretendem apurar. Em 2018, por exemplo, havia muito “voto envergonhado” em Jair Bolsonaro. Alguns levantamentos presenciais tinham dificuldade de captar esse tipo de preferência”, informa o Poder360.

Abstenção maior 

 Dados históricos do Tribunal Superior Eleitoral mostram que a abstenção no segundo turno das eleições tende a ser sempre maior que no primeiro. No próximo dia 30, eleitores terão que voltar às urnas para escolher entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) para ser o próximo presidente do Brasil.  Na primeira etapa do pleito, 20,95% dos eleitores habilitados para votar não compareceram. Em 2018, a abstenção foi levemente menor do que a registrada neste ano: 20,3%. Naquela época, a eleição presidencial também foi ao 2º turno –e a taxa dos que não votaram subiu a 21,2%.

Por Magno Martins


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