Marília Arraes e Raquel Lyra frente a frente no último debate antes das eleições de domingo (30)
Este é o sexto embate do segundo turno das eleições 2022 ao Governo de Pernambuco
As candidatas ao Governo de Pernambuco Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB) participaram na noite deste quinta-feira (27) do último debate antes das eleições do próximo domingo (30).
O confronto, promovido pela TV Globo, começou às 22h, depois da novela Travessia. Foi o sexto deste segundo turno e contou com a mediação do apresentador Márcio Bonfim. Foram quatro blocos: dois com temas livres e dois com temas determinados.
Os cinco anteriores foram marcados por mais ataques que propostas. Veja neste link aqui
Tema livre. 15 minutos para cada e o tema livre
A candidata Raquel Lyra foi a primeira a se apresentar, Usou dois minutos. Agradeceu a todos pelo carinho. Disse que Pernambuco quer mudar. Apresentou-se como a candidata da mudança de verdade. "A outra é a continuidade do que está aí". Disse ter andado nos últimos dias do Litoral ao Sertão. Fez a Marília uma pergunta sobre o que ela fará para melhorar o saneamento básico para que haja mais qualidade de vida.
Marília se apresentou, lembrando que no primeiro turno teve muitas candidaturas. Foi atípico. "Temos dois projetos em jogo: não dá pra ficar em cima do muro. Não dá pra repetir uma mentira mil vezes" Provocou a adversário ao dizer que ela não tem coragem de dizer que é a candidata de Bolsonaro. Disse que no Nordeste o maior problema é a falta de prioridade e assegurou que vai fazer política para quem precisa de verdade. Criticou a ex-prefeita de Caruaru, dizendo que a cidade não é a ilha da fantasia mostrada por Raquel. "Parece a síndrome da Pollyanna. O mundo se acabando e ela se pegando a detalhes". Marília citou o presidente Lula e lembrou que hoje é o aniversário dele. Mandou parabéns. Não é possível deixar o bolsonarismo tomar conta de Pernambuco. Lula vai ajudar no Estado. Usou cinco dos 15 minutos Por que você tem vergonha de dizer que é candidata de Bolsonaro
"Aqui não é briga na cozinha da tua casa. Não sou teu primo", atacou Raquel sobre a briga de Marília com o prefeito do Recife, João Campos (PSB). Disse que parentes de Marília tem vários cargos no Governo do Estado. E garantiu que a Compesa vai funcionar. Prometeu resolver com adutoras e obras inacabadas. Antecipar os prazos da PPP da Compesa. Não vai descansar enquanto não resolver. Ela não respondeu a pergunta do saneamento e eu vou fazer outra sobre saúde pública. Qual é seu plano para melhorar a saúde pública?
Marília cobrou respeito à família dela. E fez questão de explicar as inserções tiradas do ar: "A gente perguntava: será que ela é Bolsonaro? Todo mundo de Bolsonaro está ao lado dela. Querem formar uma trincheira anti-Lula". A candidata se voltou para a questão de saneamento e declarou ser um serviço que não se faz sozinho. E disse que ia falar da família de Raquel, mas falar de bem. Citou o tio de Raquel Fernando Lyra, ex-ministro da Justiça. "Seu tio sempre teve lado você está tendo atitude oportunista. Você sabe de que lado estou. Para saúde, temos um plano específico de restaurar o que já existe. Em relação às mulheres há projetos específicos, anunciou, pedindo que acompanhem as propostas pelas redes sociais.
Raquel alfinetou, dizendo que a candidata não explica como vai fazer saneamento e fala por alto sobre saúde pública. "Onde ela enxerga lulistas e bolsonaristas, eu vejo pernambucanos". Raquel listou as propostas que têm para saúde, entre elas a de garantir apoio aos municípios para as ações locais. Estarei pedindo a qualquer presidente que esteja lá. Falamos de saúde, saneamento e citou habitação.
"Pode até pedir a Bolsonaro, mas ele não vai dar", disparou a candidata do Solidariedade. Segundo Marília, o presidente não quer que Pernambuco se desenvolva. "Você pode até pedir ao seu presidente, mas ele não vai dar", declarou. E aproveitou para questionar sobre o transporte público.
Campanha da mentira, de quem inventa muitas histórias. Falou de transporte e de habitação. Disse que vai tomar de conta do metrô. Lembrou que Paulo Câmara passou por três presidentes da República. Afirmou que haverá tarifa única, requalificação dos terminais. Capacidade de tirar projetos do papel. Ela tem pouco a dizer sobre o que vai fazer. Eu quero saber o que a senhora vai fazer para os deficientes.
Ela desmontou a coordenadoria de deficientes quando chegou a Caruaru. Um dia antes de o pai de Raquel assumir o Governo institiuiu que a empersa dele prestasse serviços a todo o Estado. Há conflito de interesse. Não há como mudar. Informou que desde adolescente defende bilhete único, desde que era vereadora do Recife. Por que a passagem em Caruaru é mais cara que a do Recife?
Uma vez atrás da outra ela traz mentiras. Meu pai é dono de empresa de ônibus, maldade a sua. O transporte não é metropolitano. Vamos garantir atendimento precoce, descentralização dos serviços para deficientes.
Marília cobrou porque Raquel não explicou por que a passagem emm Caruaru é mais cara que no Recife. E diz que ela não explicou porque a família dela tem o monopólio.
Tema determinado: Educação e Mulheres
No segundo bloco, as candidatas responderamo a perguntas específicas. Foram 6 temas e elas tiveram que escolher 4 temas. Quem iniciou a nova fase foi a candidata Raquel Lyra, que iniciou falando sobre educação. Marília propôs ajuda entre entes federativos para o aumento da vaga de creches no Estado. De acordo com a candidata do Solidariedade, é necessário ter um trabalho do Estado com os municípios e a União. Além disso, enviar um projeto para levar 60% das escolas do Ensino Fundamental para o sistema integral de ensino. "Cada município terá sua particularidade respeitada", afirmou.
Por sua vez, Raquel, ao falar sobre o número de vagas de creches, detalhou a sua ideia para o tema. "Minha proposta é que o Governo do Estado construa no município e mantê-la por um ano", disse. Ela garantiu, ainda, que adquiriu experiência na construção ao citar gastos na construção de creches. A tucana também citou a entrada do Ensino Fundamental no sistema integral, ao prometer 40% das crianças do Estado. Para ela, o professor é parte fundamental na educação.
O próximo tópico escolhido foi a situação das mulheres do Estado. Marília perguntou sobre a situação da maternidade de Caruaru, construída sob o governo de Raquel. Em resposta, a tucana disse que viajou várias vezes a Brasília para tentar tirar do papel e provocou a sua rival. "Eu queria ver o projeto da maternidade, pois ele não existia", disse. Ela disse ainda que uma das suas propostas é a construção de cinco novas maternidades no Estado e que vai captar recursos com a União.
Perguntada sobre a construção de maternidades no Estado, Marília disse que não "está para brincar com Pernambuco" e que "não dá para chegar com discurso decorado". Ela disse ainda que vai garantir que recupere alguns hospitais que já existem no Estado para serem transformados em maternidades. "Pernambuco tem muita coisa abandonada", criticou.
No terceiro bloco as candidatas têm cada uma, mais 15 minutso para temas livres
Marília alegou que nomes do governo Paulo Câmara, como o ex-secretário de Turismo Rodrigo Novaes está ao lado de Raquel com promessas inclusive de ficar no cargo. Dirigiu à adversária pergunta sobre o Pacto pela Vida.
Raquel reagiu dizendo que André de Paula (candidato ao Senado) e Sebastião Oliveira (candidato a vice, ambos na chapa de Marília) são nomes que foram ligados ao governador. E sobre a segurança aproveitou para listar ações na Capital do Agreste. Citou o Juntos pela Segurança. Investimeentos na tropa, concurso permanente, reestruturação da Polícia Cientifica, estancar a violência. E questionou como Marília, aliada de Paulo Câmara, faria diferente.
A neta do ex-governador Miguel Arraes disse ser preciso reconhecer que o Pacto pela Vida deu certo, e que dexiou de funcionar quando passou para as mãos do pai de Raquel, João Lyra Neto. Informou que vai reestruturar o Pacto, mudar a estrutura da SDS e disse que as polícias vão despachar diretamente com a governadora. Anunciou que vai integrar as polícias à Guarda Municipal. E reforçou o combate ao feminicídio. "Tolerância zero para o agressor", disse. Também citou os presídios e o crime organizado, alertando que é preciso ter coragem. "Mas a minha adversária não tem coragem nem de assumir quem é seu presidente", retrucou. Marília aproveitou para dizer que Bolsonaro incita a violência e não dá para falar em combater e questionou sobre o Biesp.
"É claro que todo batalhão de polícia é importante", pontuou Raquel e depois falou sobre corrupção. Contou sete operações da Polícia Federal contra o Governo Paulo Câmara. Ressaltou o papel importante da sua candidata a vice, Priscila Krause. "Enquanto isso, seu candidato a vice foi alvo de operação que investigava desvio de verba". E perguntou qual
Marília chamou Raquel de Irresponsavel e leviana ao falar de Sebastião (Oliveira). "É uma pessoa do bem e foi secretário na mesma época em que você estava no Governo. Não vou ficar comepetindo quem foi mais oposição: eu ou Priscila." E destacou que a candidata a vice é a favor de Bolsonaro, enquanto ela (Marília) sempre trabalhou em defesa dos professores. Declarou que as pessoas que estão ao lado dela (de Raquel) querem fechar o Congresso e são antidemocrática. "Não adianta me colar com Paulo Câmara. Porque estou ao lado de Lula"
Raquel reforçou a pergunta sobre o combate à corrupção. E Marília disse que existe um projeto de transparência para governar. A ex-prefeita de Caruaru disse que foi destaque e teve reconhecimento da ONU de gestão eficiente do recurso público. "Dinheiro público é sagrado", enfatizou. Mandou beijo para Priscila e disse que estão do lado certo: o lado sério. Falta transparência nos dados da economia, do orçamento e também nos números da violência. "Vamos dar transparência. Para que o cidadão comum acompanhe o governo" E instigou Marília a explicar como vai tratar o Sassepe, o plano de saúde dos servidores públicos do Estado.
Antes de responder sobre o Sassepe, Marília perguntou a Raquel se ela acha que o Governo Bolsonaro é corrupto ou não "Se tiver corrupção, merece ser punida. Diga a senhora onde a senhora quer chegar", irritou-se Raquel, alegando que "a senhora vai ficar com suas perguntas". Marília declarou que não vai apenas recuperar o Sassepe, mas valorizar os servidores e requalificar os serviços. Vou mudar de assunto, disse Raquel, querendo saber qual a proposta de desenvolvimento para o Sertão de Itaparica.
A tucana criticou a nacionalização do debate colocada por Marília. "Não seja leviana de colocar palavras na minha boca. Quem praticou corrupção deve ser punido, em qualquer governo, onde quer que seja. O debate presidencial é amanhã", alfinetou.
Tema determinado: Violência e Energia Renovável
O primeiro tema foi violência. Marília perguntou sobre as propostas sobre como os jovens podem ter mais perspectiva. Raquel começou falando sobre suas ações em Caruaru. Segundo ela, foi lançado um plano de governo para combater a criminalidade na cidade do Agreste pernambucano. "(Queremos) garantir que os jovens tenham voz e vez (...) como a gente fez no Morro do Bom Jesus", disse a tucana. Ela disse que irá coordenar pessoalmente o programa Juntos pela Segurança em todo o Estado.
Marília Arraes criticou a gestão de Raquel enquanto ela foi prefeita de Caruaru e secretária da Juventude ainda no governo Eduardo Campos. "É muito triste ver a candidata ver uma insensibilidade. (...) Uma líder de verdade não vive de justificativa" afirmou. Marília aproveitou para citar o caso de uma rebelião em uma unidade da Funase. Em sua defesa, Raquel disse que nunca assumiu a unidade prisional enquanto gestora.
Raquel lembrou ainda os tempos que Marília foi secretária na Prefeitura do Recife. "A diferença entre quem faz e quem só fala está posta", disse. Em resposta, Marília disse que não teve orçamento na pasta e citou obras, como reformas nas escolas e regularização na classe dos professores.
No último tema, foi falado sobre energia renovável. Raquel perguntou sobre as propostas de Marília e mudança da matriz energética no Estado. Marília afirmou que uma de suas propostas é levar gás natural até o Sertão do Estado. "Há um desmatamento enorme, pois no polo gesseiro ainda funciona à base de lenha", disse a candidata do Solidariedade. Raquel falou sobre suas ideias para o tema, como investimentos na área. "Podemos fazer de Pernambuco um modelo de estado que vende a matriz verde para o mundo inteiro", disse.
Ao final do tema, Marília e Raquel ficaram discutindo sobre as sanções de acordo com a política ambiental do governo federal e sobre investimento em proteína animal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Marília Arraes (Solidariedade)
"Queria agradecer a Deus a oportunidade estar aqui em uma campanha atípica, pois vivemos um momento de violência política no Brasil. Me considero muito sublime, pois enfrentei diversos obstáculos nas eleições. Esta resistência é por ela e para todos os filhos que estão assistindo. Quero falar sobre o eleitor de Lula: reflita bem sobre o projeto que está em jogo em Pernambuco. Se vai se criar um núcleo de resistência bolsonarista ou se vamos ter um que priorize o povo. Vocês sabem que não sou continuidade. No primeiro turno, houve mais de 270 mil votos no 13 e 80 mil para 70. Meu número é 77".
Raquel Lyra (PSDB)
"Quero agradecer à Rede Globo e a todos os trabalhadores. A você que está assistindo até esta hora para ouvir sobre o futuro do Estado. Venho até aqui para falar sobre uma escolha que vai definir o futuro de Pernambuco nos próximos quatro anos. Domingo Pernambuco vai escolher se fica com o mesmo grupo que está no poder e que tem deixado um legado muito ruim para o nosso Estado ou se aposta em um novo caminho. Caminhei Pernambuco inteiro e consegui estar firme por ter recebido seu carinho e apoio. Estou aqui para ser o instrumento da transformação que o Estado precisa. Fui a prefeita que mudou Caruaru, mas não fiz sozinha. Transformei em uma cidade muito melhor para se viver. Colocamos a cidade de pé. O que a gente precisa em Pernambuco é ter um governo capaz de unir o nosso Estado e de tirar sonhos do papel. Meu número é 45".
Por Blog da Folha
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