SANTA CRUZ - RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Entenda a possibilidade de falência do Santa Cruz após pedido de recuperação judicial

Estádio do Arruda correu sérios riscos de ir a leilão (Foto: Rafael Vieira/ESP. DP)

O presidente do Conselho Deliberativo, Marino Abreu, falou da chance do clube cessar atividades

A torcida do Santa Cruz iniciou a semana se perguntando os porquês do pedido de recuperação judicial, deferido na última quinta-feira (22), pela 9ª Vara Cível do Recife. O objetivo era suspender todas as dívidas e ter mais tempo para negociar com seus credores. Conseguiu. A ação, no entanto, pode ser prejudicial ao Tricolor caso o plano não seja bem executado. Assim, o clube decretaria falência. 

"No total, serão 180 dias, que equivalem a seis meses. Mas o clube ainda pode solicitar um aumento desse prazo. Se os credores não concordarem com as propostas do Santa, aí será decretada a falência. Então, deixa de ser um processo de recuperação judicial para ser um processo de falência", pontuou Marino Abreu, presidente do Conselho Deliberativo.

"Neste processo, o clube diz a seus credores que não tem condições de pagar as dívidas e que precisa de um tempo para quitá-las. Depois do deferimento do juiz, o Santa Cruz vai enviar uma carta a todos seus credores comunicando da recuperação judicial e apresentando novas propostas de pagamento, com uma lista consolidada de todos os débitos", adicionou. 

O Santa tem seis meses para apresentar os documentos aos credores. Se não houver convencimento, será obrigado a decretar falência caso o juiz Arnóbio Amorim Araújo Júnior ache necessário. Assim, o clube pararia com suas atividades e teria a chance de abrir um novo CNPJ.

"É como se fosse um modelo estratégico. O Santa Cruz vai apresentar como ele quer pagar essa renda e em quanto tempo. Inclusive, a gente pode colocar aqui que nos três primeiros anos a gente não vai pagar um real sequer. O Santa tem essa liberdade. Em seguida, será realizada uma assembleia de credores", explicou Marino. 

"O Santa Cruz não pode pagar ninguém agora. Se pegar, inclusive, é crime. Ele só pode pagar quando sair o plano e após a assembleia dos credores, se todo mundo concordar. Aí o clube vai seguir o prazo e as formas de pagamento que estão previstas neste prazo", concluiu. 

DP