Valorização da base e Feminino, premiações, e curso para árbitros: as propostas de Mirinda na FPF
Candidato detalhou suas propostas em visita a redação do Diario de Pernambuco
Candidato à presidência da Federação Pernambucana de Futebol, Alexandre Mirinda participou de uma espécie de sabatina, na última quarta-feira (24) . Na ocasião, Mirinda aproveitou para oficializar candidatura e destrinchar suas principais propostas. Entre elas, estão o apoio ao futebol de base e ao Feminino, além de defender premiação no Campeonato Pernambucano, outrora prioridade dentre os grandes clubes do Estado. Roteiro que não se repete nos dias de hoje.
O pleito está marcado para o próximo dia 18, quando as urnas vão definir o presidente. Atualmente, Evandro Carvalho segue à frente da FPF, podendo ser o mandatário do órgão máximo do futebol estadual por 16 anos consecutivos - assumiu em 2011.
CATEGORIAS DE BASE
O primeiro caminho é profissionalizar, aplicando bem os recursos, começando pelos jovens jogadores. Eu vou incentivar a base em todos os sentidos. Os três grandes clubes daqui tiveram grandes campanhas com a base, a ponto de representar o Brasil em campeonatos mundiais. A seleção 'cacareco'. Veja a força desse futebol do nosso estado para o que está hoje. Se você profissionaliza, fortalece as ligas do interior, clubes de (Série) A2 e clubes de bairro, alimenta a cadeia produtiva. Temos que impedir que os clubes do sul/sudeste venham aqui e levem nossos garotos. Isso tudo acontece por conta de uma má administração. Um exemplo é o de Rivaldo, que nasceu na periferia (da cidade) de Paulista e se tornou o melhor jogador do mundo. É um sonho? Mas é um sonho possível. Não é uma utopia. Já aconteceu. Os grandes clubes de Pernambuco foram formados por jogadores daqui, não o inverso. O Náutico que foi hexa, bateu o Santos de Pelé, era todo mundo do Recife e Região Metropolitana.
CAINDO NO OSTRACISMO
A profissionalização começa pela própria Federação. Precisamos de pessoas que entendam de cada setor, com captação de recursos para trazer dinheiro federal e estadual e ajudar os clubes. O melhor é 'fatiar' os projetos, contemplando ligas amadoras, clubes de divisões menores, o América, o Santa Fé, que chegou agora, o Belo Jardim. Isso é a 'mola mestra' de fortalecimento, se for bem aplicado. Hoje os clubes de Pernambuco não são mais grandes. Está todo mundo nivelado por baixo. São grandes na história, no passado, na torcida, mas dentro de campo, não mais.
PREMIAÇÃO NO CAMPEONATO PERNAMBUCANO
Eu acho muito válido essa premiação aos clubes. É aquela história, as medalhas e os troféus ficam para história. Agora, ser campeão e sair com 'prejuízo', não pode. O futebol mexe com milhões. Só precisa pegar o exemplo de outros Estados, como São Paulo, onde é um campeonato rentável. Então a Federação tem que incentivar isso, do clube ser beneficiado financeiramente. É uma questão de meritocracia.
DIVISÕES IGUAIS DE COTA
Faremos questão de divisões igualitárias. Se tem R$ 10 milhões, vai dividir cinco igualmente para todas as equipes, e o resto é tudo de premiação, com os dois primeiros. É só buscar patrocínio, ir atrás. As coisas não acabam caindo no colo de ninguém. O Salgueiro conseguiu ser campeão não por crescimento próprio, pode ter certeza. Ganhou por conta da queda de rendimento do Santa Cruz nos últimos anos. E não é só o Santa.
APOIO AO FUTEBOL FEMININO
Essa categoria é praticamente esquecida pela Federação. O último Pernambucano contou com apenas três equipes, duas perderam por W.O por não reunir condições de entrar em campo. É vergonhoso, fugir da realidade. O futebol feminino hoje é uma realidade e a gente não pode ignorar isso. Prometo também, se eleito, dar mais apoio às meninas porque a gente sabe que elas têm capacidade. O que falta é mais oportunidade e patrocínio para dar uma alavancada maior na categoria. Existem empresas que preferem apostar no Feminino do que no Masculino.
CALENDÁRIO E DATAS
A gente sabe que precisa mudar se quiser valorizar mais o Estadual. A Copa do Nordeste pode acontecer antes, nos fins de semana. De repente o Pernambucano pode ser 'esticado' no ‘resto’ do ano. A gente sabe que os fisiologistas não permitem que o atleta dispute dois jogos em menos de 48, mas é possível se organizar. Também temos que pensar nos clubes menores, que acabaram ficando sem calendário. O Sete de Setembro, por exemplo, vai passar 16 meses sem entrar em campo. Então, isso dificulta muito. Uma opção é a Copa Pernambuco para essas equipes. Também é nossa proposta.
CURSOS PARA A ARBITRAGEM
É preciso valorizar os nossos árbitros. Muitos poucos falam, mas já tivemos árbitro FIFA, que é o Wilson Souza. Hoje em dia quase ninguém comenta isso. E queremos voltar, também, essa tradição de bons árbitros. Hoje, não temos um árbitro daqui que está apitando Série A. Isso é uma vergonha para um Estado da dimensão de Pernambuco. Você tem que fazer a capacitação para melhor o rendimento desses profissionais, resgatando os bons momentos que tivemos. Queremos interiorizar os no Estadual. Temos que investir nisso.
DIRETORIAS POR REGIÃO
Vamos ter algumas divisões por regiões, isso ajudará alguns clubes. O Futebol de Caruaru é enorme e não pode ficar dessa forma. Como abrir mão de um clube como o Central? De uma cidade pujante que respira futebol. Eu sou simples candidato e já visitei quase todos os Prefeitos nas minhas 'andanças'. Se eu chegar lá (na pres) de tudo para o futebol for fortalecido, vai ser bom economicamente. Tem que existir toda essa união para fortalecer.
CRÍTICAS AO EDITAL
A gente sabe que tinham vários lugares para fazer essa votação. Mas eles colocaram tudo lá no CT (Centro de Treinamento) do Retrô, que faz 'tudo' por eles. Será um ambiente hostil para nós. Além disso, como diz o edital, apenas eu e meu advogado podem entrar no local. Enquanto o pessoal vai ter bem mais gente lá, nem fiscal nosso eu posso levar. Comissão toda escalada por ele (Evandro, atual presidente da FPF), uma eleição antidemocrática. Quem perde é o futebol pernambucano.
PEDIDO DE CLUBES
Eu fui comunicado por presidente de clubes, de ligas. Então essa candidatura não é minha. Algumas pessoas disseram a mim que não aguentava a mais (a atual gestão da FPF). Entenderam que eu tinha esse perfil para reerguer o futebol pernambucano. Atualmente, o Estado vem 'descendo ladeira' no campo. Então vamos tentar trabalhar muito, falar é fácil. Mas quando eu estiver lá, vou ser cobrado e ter que realizar.
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