SANTA CRUZ - PROBLEMA COM ENERGIA

CSE promete ir à CBF por 'apagão' no Arruda; Santa Cruz esclarece caso e nega intenção

Jogo foi interrompido por falta de luz nas torres do Arruda, no momento de ataque perigoso do CSE (Foto: Repdrodução/TV Coral)

Patrimonial coral apontou desgaste em um isolador do sistema, e diz ser 'impossível' desligar intencionalmente as quatro torres de uma só vez

Nas últimas 24 horas, nenhum outro assunto tem recebido mais destaque no futebol pernambucano. O ‘apagão’ ocorrido no Arruda durante a partida entre Santa Cruz e CSE é foco de debates, questionamentos e, claro, memes nas redes sociais. Mas o tema deve ganhar uma esfera mais séria, administrativa. Isso porque, o presidente do clube alagoano, José Barbosa, promete levar o caso à CBF, cobrando esclarecimentos.

Em entrevista ao portal Globoesporte.com de Alagoas, Barbosa se queixou do fato do ‘apagão’ acontecer justamente em um momento de contra-ataque do CSE - que vencia o jogo por 1 a 0. “Todo mundo achou estranho. Nas redondezas tudo energizado, no próprio estádio tudo energizado, exceto aquele momento. Justamente no contra-ataque aconteceu todo aquele apagão”, reclamou, antes de prometer acionar a CBF.

“Nós vamos entrar com uma representação junto à CBF. Queremos uma resposta e já estamos providenciando isso. Não houve apagão fora do estádio, as cabines de rádio todas acesas. Se tivéssemos feito o gol, provavelmente o resultado teria sido outro. Não sabemos, mas a perspectiva é de que, se fizesse aquele gol, o CSE sairia com um resultado positivo”, elucubra o presidente do CSE.

O diretor patrimonial do Santa Cruz, Theo Silva, esclareceu a versão do clube coral sobre o ocorrido. Segundo Theo, houve uma falha em uma das peças que servem para isolar o sistema elétrico geral das torres de iluminação.

“Foi um isolador que estourou. Com isso, houve um curto circuito e o sistema de proteção dos refletores acionou automaticamente. É um sistema muito eficiente, onde qualquer mudança de amperagem faz ele desligar os refletores”, apontou o diretor do clube, antes de explicar a finalidade do sistema.

“As nossas torres de iluminação têm lâmpadas de 2.000 watts, que são muito sensíveis. Uma lâmpada dessas, de mercúrio, custa quase mil reais cada. Como são mais de cem lâmpadas no nosso sistema de iluminação, precisamos desse sistema de isolamento para não ter um prejuízo dessa proporção. O isolador, como o próprio nome diz, serve para isolar o setor que recebe a energia, para o que não recebe. E quando o sistema detectou essa passagem de energia, o sistema desligou. Ontem mesmo trocamos a peça, e hoje mandei comprar mais três isoladores novos”, destacou.

Theo ainda nega qualquer possibilidade do ‘apagão’ ter sido provocado de forma intencional por alguém do Santa Cruz. “É impossível a gente desligar um sistema desse, de uma forma tão brusca, e ao mesmo tempo. Desligar as quatro torres de uma só vez é impossível. A gente não tem nenhum controle remoto ou sistema de disjuntor manual que desligue os quatro de uma vez”, reforçou.

“Há uma subestação abaixo de cada torre. Tanto é, que quando voltou a iluminação, ligamos torre por torre. Primeiro a da Rua das Moças, depois a da quadra, a do antigo colosso e, por último, a torre da entrada das sociais”, emendou.

De acordo com o diretor patrimonial, o analista designado para a partida pela CBF, Ubirajara Ferraz, acompanhou o caso e registrou o defeito na peça isoladora. “O próprio delegado do jogo foi à subestação junto com a nossa equipe de manutenção, tirou foto e filmou a peça. Não vejo a menor possibilidade do clube ser punido por isso. Infelizmente, coincidiu com o lance de contra-ataque da equipe do CSE. Mas foi um acidente que ocorreu nesse material, na bucha de isolamento devido ao desgaste comum da peça. Mesmo na manutenção preventiva que a gente faz, não tem como diagnosticar quando um isolador desse vai dar problema. É uma peça eletromecânica, que se quebra como uma peça de automóvel, por exemplo. Infelizmente, foi coincidência demais com o lance”, garantiu Theo Silva.

DP