Campanha do bi teve altos e baixos
Após iniciar o estadual com vitórias seguidas, Timbu tropeçou dentro de casa e viu técnico ser demitido depois de confusão
Desde que assumiu a presidência do Náutico, Diógenes Braga sempre colocou o estadual como uma das prioridades para este ano. Porém, a trajetória do 24º título do Campeonato Pernambucano não foi tão fácil para o clube alvirrubro. Mesmo sendo um dos favoritos ao título, por ser um dos grandes e por ter sido campeão na temporada passada, o caminho para o primeiro bicampeonato após 20 anos teve também seus percalços. Derrotas, confusão entre torcedores e comissão técnica, além de demissões de treinadores no meio do caminho fizeram parte do ambiente do campeão pernambucano de 2022.
Início promissor
O Timbu estreou com o pé direito, vencendo o Íbis por 3 a 0, dentro de casa. Já na segunda rodada, uma nova vitória por 3 a 0, desta vez sobre o Sete de Setembro, na Arena de Pernambuco. Com três gols nos dois primeiros confrontos, o jovem meia Juninho Carpina, cria das categorias de base do clube, despontava como um dos candidatos a artilheiro da competição.
As duas vitórias nas primeiras partidas trouxeram um ar de confiança muito grande pelos lados da Avenida Rosa e Silva. Mesmo tendo a Copa do Nordeste e a Copa do Brasil para disputar no primeiro trimestre, o favoritismo no Pernambucano vinha se confirmando.
Torcida se revolta
Na primeira fase do estadual, o Náutico obteve cinco vitórias, dois empates e duas derrotas. Nos dois resultados negativos, a torcida alvirrubra pressionou os jogadores e a comissão técnica e houveram confusões no estádio dos Aflitos. Após ser derrotado por 2 a 1 para o próprio Retrô, adversário na final, um grupo de torcedores tentou invadir o vestiário e trocou empurrões com Kieza, capitão e um dos líderes do elenco. Chateados, o técnico Hélio dos Anjos e seu filho e auxiliar, Guilherme dos Anjos, fizeram postagens em rede social cobrando providências e demonstrando chateação com problemas internos. Dias depois, a diretoria do Náutico anunciou as demissões dos dois profissionais por justa causa.
Mais um problema foi registrado depois da derrota para o Sport, na penúltima rodada da primeira fase. Depois de ser bem superior durante boa parte do jogo e sofrer uma virada nos últimos segundos, a torcida novamente causou uma confusão com os jogadores. O zagueiro Carlão, formado na base, explanou que algumas pessoas o intimidaram na saída do estádio e chegaram a jogar um caco de vidro, que por sorte não acertou o seu cunhado, uma criança de apenas 4 anos.
Buscando passar diretamente para semifinal com um novo treinador
Com a saída de Hélio, Felipe Conceição foi contratado para recuperar o ânimo da equipe e recuperar o bom ambiente. Perdendo alguns pontos em casa, restou ao Náutico vencer o maior número de rodadas possíveis para se manter entre os dois primeiros colocados e se classificar para a semifinal sem precisar jogar a quarta de final. Com Santa Cruz, Sport e Salgueiro ameaçando tirar o Timbu da vice-liderança, o time conseguiu vencer o Vera Cruz com todos os titulares sendo poupados, empatou com o Afogados fora de casa e superou o Salgueiro e o Caruaru City como mandante.
Os resultados deixaram o clube alvirrubro mais confortável para conseguir a vaga direta. Os comandados de Felipe chegaram para a última rodada da primeira fase, diante do Santa Cruz, dependendo apenas de si para manter o segundo lugar. Depois de perder dois clássicos para o Sport - um pelo estadual e outro pela Copa do Nordeste, o Náutico queria a vitória no Clássico das Emoções para espantar o jejum de não vencer os rivais na temporada. Novamente tendo chances de sair com os três pontos, o Timbu ficou no empate em 1 a 1, e se consagrou como vice-líder do campeonato.
Futebol pobre e emoção nos pênaltis
Com a vaga na semifinal, restou ao Timbu aguardar o resultado de uma das quartas de final, que teve vitória do Santa Cruz sobre o Caruaru City, para decretar um novo Clássico das Emoções pelo Campeonato Pernambucano. O duelo, que aconteceu nos Aflitos, foi o primeiro da competição com uso do VAR. Além da ferramenta, o confronto contra os tricolores foi marcado por protesto da torcida contra o rendimento abaixo da equipe, vaiando o treinador Felipe Conceição após as realizações de substituições. O empate em 0 a 0 no tempo normal deixou a decisão da vaga na final para as cobranças das penalidades.
O camisa 10 e craque do time, Jean Carlos, perdeu a primeira cobrança e deixou o estádio apreensivo. Após os jogadores converterem as cobranças, Alex Alves e Edson Ratinho desperdiçarem para o Santa, o Náutico enfim pôde comemorar e garantiu vaga na grande decisão.
As penalidades voltariam a aumentar a dose de emoção do título. Com a série de jogos empatada - derrota e vitória por 1 a 0 nos dois jogos - os alvirrubros encararam outra sessão. E, novamente, pôde fazer a festa.
DP
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