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quarta-feira, 23 de março de 2022

ELEIÇÕES 2022

 Oposição forçada a se unir

O surgimento de uma quarta candidatura ao Governo do Estado, o da agora ex-petista Marília Arraes, pelo Solidariedade (SD), força, naturalmente, a oposição, mais uma vez, a construir a unidade. Se Marília, Raquel Lyra (PSDB), Miguel Coelho (UB) e Anderson Ferreira (PL) não retomarem o diálogo, em busca de um palanque forte e consensual, o PSB terá seu caminho pavimentado para se manter no poder.

A chapa mais forte, que caciques e índios do arco de forças da oposição proclamam, seria encabeçada para o Governo do Estado por Raquel Lyra, Miguel Coelho na vice e Marília Arraes ao Senado. Anderson sobraria por ser o legítimo representante do bolsonarismo no Estado. Nenhum dos postulantes acima, com seus respectivos partidos, admitem levantar as bandeiras do Governo Federal, pelo menos neste momento em que as pesquisas são desfavoráveis à reeleição de Bolsonaro.

Segundo analistas e conhecedores da geografia política e eleitoral, se não houver um entendimento entre Raquel, Marília e Miguel, o mais provável é que o segundo turno, que teria Danilo Cabral já com lugar garantido, devido ao peso da máquina e estrutura, venha a ser disputado entre o candidato oficial e Anderson, que, teoricamente, teria os votos resultados da consequência da polarização envolvendo Lula e Bolsonaro.

"Um cenário que o PSB torce para acontecer, porque aposta na força de Lula para derrotar Anderson", diz um desses estudiosos. O raciocínio é lógico. Difícil, a esta altura do jogo, faltando apenas dez dias para o prazo de filiação partidária, é os demais candidatos que se digladiam chegarem a um entendimento. Há critérios para isso, um deles seria a contratação, de imediato, de uma pesquisa para saber a reação do eleitorado.

A chapa Raquel, Miguel e Marília une e agrega Agreste, Sertão e Região Metropolitana, regiões de maior densidade eleitoral do Estado. Se a tucana é a parte forte de Caruaru e Agreste, Miguel, por sua vez, concentra seu maior eleitorado no Sertão, a partir de Petrolina. E Marília traz para a chapa o voto urbano, pois o seu forte eleitorado está enraizado no Recife e Região Metropolitana.

O caminho é por aí. Chegou a hora do bom senso!

Ponderação oportuna – Firme e fechado com a candidatura de Miguel Coelho, o presidente estadual do Podemos, Ricardo Teobaldo, tem sido a voz mais ouvida por todos os candidatos da oposição. Na porta do seu gabinete, no Recife, tem batido todos os postulantes, de Anderson a Marília Arraes. Se depender dele, o consenso sai. "O entendimento cria as condições de fortalecimento do bloco de oposição, que não pode, mais uma vez, perder a oportunidade de tirar o PSB do poder por causa de idiossincrasias de um ou outro postulante", alerta Teobaldo.

PDT na chapa

Convocado às pressas pelo governador Paulo Câmara, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, aterrissa, amanhã, no Recife, para uma conversa sobre sucessão estadual. Ao PDT, segundo o blog apurou, será oferecida a vaga de vice na chapa do candidato oficial Danilo Cabral. O nome mais natural é o do deputado Wolney Queiroz, líder do partido na Câmara, que está com dificuldades de montar chapa para garantir sua reeleição.

Vai esperarEmbora esteja disposta de fato a disputar o Governo, a deputada Marília Arraes ficará sendo aguardada, pacientemente, para ocupar a vaga de candidata ao Senado na chapa de Raquel Lyra. A prefeita de Caruaru, aliás, assumiu, finalmente, em evento no Recife, segunda-feira passada, sua condição de pré-candidata ao Palácio das Princesas. Como não acredita que Marilia conseguirá montar uma chapa em tão pouco tempo, só anunciará o candidato para o Senado quando perceber que não haverá caminho de volta da parte da deputada em relação ao Governo. 

Pela direita

Reação do senador Humberto Costa à saída de Marília do PT, ontem, na Rádio Folha: "Dentro da esquerda, temos PT e PSB, que se sobressaem, estão juntos defendendo Danilo Cabral. Ou ela será candidata sozinha, ou vai se unir à direita em Pernambuco. Isso, sem dúvida, será levado em consideração se ajuda ou atrapalha (a candidatura de Lula). Não acredito que o PSDB vai votar em Lula, ou que pessoas que foram do DEM vão votar em Lula. Podem até querer pegar carona em Lula, que é um nome muito forte, mas defender Lula, apoiar seu governo depois, duvido muito”.

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