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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

MORTE DE PAULINHA ABELHA

Do desmaio ao coma: entenda a evolução do quadro de saúde da cantora Paulinha Abelha

Cantora foi internada no dia 11 de fevereiro; dias antes, havia relatado desmaio ao participar de podcast



A morte da cantora Paulinha Abelha na tarde desta quarta-feira (23), em Aracaju, veio após um período de 13 dias internação. Após passar mal durante a turnê da banda Calcinha Preta em São Paulo, a vocalista deu entrada em um hospital da capital sergipana com um quadro de problemas renais, no dia 11 de fevereiro.  O que começou como um desmaio terminaria dias depois levando a artista a um coma. 

No dia 10 de fevereiro, a vocalista do grupo estava bem e publicou um post com várias imagens dela em diferentes situações de sua vida, maioria delas nos palcos.

No dia 8 de fevereiro, Paulinha deu uma entrevista ao podcast Podpah em que revelou ter passado mal pouco tempo antes de começar a gravar a conversa:

— Eu senti um 'passamento', um desmaio. Mas nada que o Podpah não resolva, está tudo ótimo. Qualquer coisa, se eu ficar tonta, eu vou ali. Mas comi igual a uma lontra, ontem jantamos um sushi maravilhoso — diz a cantora.

No dia seguinte, 11 de fevereiro, ela passou mal durante uma turnê realizada em São Paulo. O motivo: problemas renais. Paulinha foi, então, internada no Hospital da Unimed de Aracaju.O primeiro boletim médico saiu no domingo (13). Segundo as informações, o quadro dela era estável e ela estava sendo acompanhada por uma "equipe médica especializada". O comunicado da assessoria da cantora já agradecia às orações e energias positivas.
Na segunda (14), novo boletim médico informou que Paulinha foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), "hemodinamicamente estável, realizando terapia renal substitutiva, sem quadro de infecção". Ainda segundo o comunicado divulgado nas redes da cantora e do grupo, ela estava realizando exames para "melhor elucidação do quadro", que segundo o documento, ainda era considerado estável."Hemodinamicamente estável, realizando terapia renal substitutiva" quer dizer que a cantora começou a fazer diálise, um procedimento que consiste em remover as substâncias tóxicas que ficam retidas no organismo quando os rins deixam de funcionar adequadamente. De uma maneira muito simplificada seria a filtragem do sangue com o uso de equipamentos.Na quarta-feira (16), novo comunicado informou que ela permanecia internada no leito da UTI, com quadro estável, e sem "intercorrências clínicas nas últimas 24 horas".

Na quinta-feira (17), veio a notícia do coma, resultado de uma "piora clínica nas últimas 12 horas". Esse boletim saiu no final da tarde e dizia ainda que haveria uma transferência hospitalar, que não era possível por conta de "instabilidade neurológica". Por conta disso, ela não tinha "condições seguras" para realizar a mudança de hospital. Isso aconteceu na noite do mesmo dia, quando Paulinha passou a ser acompanhada por um médico que se deslocou de São Paulo para Aracaju.

No dia seguinte, sexta-feira (18), o boletim médico da cantora informava que ela permanecia em coma, mas clinicamente estável. Segundo o comunicado, a artista estava com o quadro infeccioso controlado e respirando com suporte de aparelhos.No sábado (19), o primeiro boletim, liberado na parte da manhã, disse que ela tinha "estabilidade clínica, sem necessidade de drogas para a manutenção da vida". "Destacamos que após investigação com exames complementares foram afastadas doenças infecciosas de interesse epidemiológico para a comunidade", diz o texto. A Covid-19, portanto, foi descartada.

O comunicado médico do fim do dia registrou que ela seguia na UTI, sem febre, em coma persistente e "em suporte ventilatório invasivo". Ou seja, ainda respirando com a ajuda de aparelhos.No domingo (20), o boletim médico registrava que a integrante da banda de forró Calcinha Preta seguia internada na UTI com "quadro neurológico grave". Segundo o documento, ela se mantinha estável. A  utilização de "drogas para a manutenção da vida" havia sido suspensa, mas ela continuava dependendo de aparelhos para respirar.

Nesse mesmo dia, ela recebeu a visita de Bell Olliver, seu colega de banda. Na ocasião, o cantor disse que Paulinha estava "desinchada" e com os "batimentos cardíacos normais".

O boletim médico seguinte indicou uma piora no quadro de saúde da cantora, que passou a ser descrito como "grave". Na segunda-feira (21), os médicos iniciaram uma "investigação clínica" para tentar descobrir o que tinha feito o quadro de Paulinha piorar.

O boletim médico da terça-feira (22) informou que a cantora permanecia em coma. A nota dizia ainda que a artista respirava com ajuda de aparelhos e necessitava de hemodiálise para ajuste da função dos rins. Os médicos do Hospital Primavera concederam uma entrevista coletiva na tarde do mesmo dia. Na ocasião, eles explicaram que a cantora estava no grau mais profundo de coma. Questionados sobre o uso de remédios para emagrecer, os profissionais de saúde também disseram que investigavam a possibilidade da cantora ter sofrido alguma intoxicação medicamentosa.O último boletim médico, desta quarta-feira, informava que a artista realizava hemodiálise, respirava com o suporte de aparelhos, mas sem a necessidade de medicamentos para ajustar a pressão arterial.

Horas depois, por volta das 19h20, o perfil da banda anunciou a morte da cantora, descrita como tendo ocorrido em função "de um quadro de comprometimento multissistêmico.". Nas últimas horas, Paulinha Abelha teria apresentado " agravamento de lesões neurológicas, constatadas em ressonância magnética, e associada a coma profundo. Foi então iniciado protocolo diagnóstico de morte encefálica, que confirmou hipótese após exames clínicos e complementar específicos".

Por Agência O Globo

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