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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

ANIVERSÁRIO DO MAIS QUERIDO

 SANTA CRUZ - 108 ANOS DE AMOR


O mestre, Lenivaldo Aragão, postou um artigo sobre a história do Santa Cruz, o Clube do Povo, que neste 3 de fevereiro de 2022, comemora 108 anos de fundação. Compartilhei antes de ler toda a matéria. Leni, que não gosta muito de elogios, fica um pouco sem jeito por conta de sua excessiva timidez, é o maior historiador do futebol pernambucano. Ele é. Outros nomes que merecem nosso reconhecimento, respeito e admiração já se foram.

Dos 108 anos da história do Tricolor do Arruda vivenciamos cinquenta na condição de jornalista. Ser testemunha da história não tem preço. Principalmente quanto isto acontece de forma efetiva, o que nos dar a sensação de ser um dos personagens, tal a aproximação que tivemos com os protagonistas: jogadores, dirigentes, técnicos, torcedores, e uma leva de profissionais que estiveram envolvidos em conquistas e episódios inesquecíveis.

“Eu sou Santa Cruz de corpo e alma!”

Foi assim que cantou Capiba. Na verdade, ele bradou para o mundo que, o santa-cruzense não pode ser pela metade. É a característica, a marca registrada, do torcedor do Clube do Povo.

Certa vez, escalado pelo mestre, Adonias de Moura, um dos maiores amantes do Santa Cruz que conheci, fui entrevistar Aristófanes de Andrade, reconhecidamente uma das figuras mais ilustres da história do Clube do Arruda. Estávamos caminhando defronte a sede do clube, na Avenida Beberibe, quando, de um ônibus superlotado, um torcedor põe quase meio corpo para fora da janela e grita: “Seu Aristófanes! Este estádio é nosso. É nossa casa”.

O elegante Aristófanes parou por um instante, segurou meu braço, e com os olhos marejados, revelando a emoção que sentia no momento, comentou: “Isto é o Santa Cruz. O que aquele rapaz gritou ali traduz toda a nossa conversa. O Arruda é o sonho da casa própria. A vitória do nosso time é um bálsamo para o sofrimento de toda a população dos morros do Recife”.

Tive o privilégio de participar da construção da obra literária – Santa Cruz de Corpo e Alma – desde o seu início. Foram 20 anos de um trabalho capitaneado pelo inesquecível, João Caixero de Vasconcelos Neto, e que foi concluído por uma equipe de primeira linha: Lenivaldo Aragão, José Neves Cabral, Humberto Araújo, Deusdedith Antônio e este humilde contador de histórias. 

Uma experiência sem precedentes para todos nós. Mais ainda, uma soma de conhecimentos que nos tornou maiores como seres humanos e cidadãos. A entrega e a resiliência de Caixero nos mostraram que a vida e a sobrevivência do Santa Cruz são traduzidas através da alma dos seus amantes.

Homens ilustres, homens simples, heróis de arquibancadas, figuras populares, personalidades de camarotes, profissionais que não conseguem ficar escondidos por trás dos microfones... Todos são nivelados, igualados, se juntam e se misturam num grito que ecoa por toda a cidade; Tri, tri, tri, tricolor.

Como lembrou o mestre Lenivaldo no seu artigo: “Ao fundar o Tricolor, a meninada da Boa Vista só queria se divertir”.

E a brincadeira ficou séria. 

Afinal, o Santa Cruz não é paixão. É amor clubístico.


CLAUDEMIR GOMES

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