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domingo, 2 de janeiro de 2022

SANTA CRUZ - SOCIEDADE ANÔNIMA NO FUTEBOL

Pernambucanos em meio à SAF: o que pensam os dirigentes do Santa Cruz?

Sociedade Anônima de Futebol pode entrar em pauta no Arruda (Foto: DP Foto)



Abdias Venceslau e Marcelo Segurado falaram sobre o assunto


Diante da mudança de legislação que permitiu a introdução das Sociedades Anônimas de Futebol (SAFs) no futebol brasileiro, dezenas de clubes país afora passaram a levar a possibilidade de se adequarem ao modelo como uma forma de ‘renascer’ esportivamente. Entre eles, o Cruzeiro, que teve 90% das ações vendidas a um fundo financeiro liderado por Ronaldo Fenômeno. Em Pernambuco, o tema está sendo debatido em todas as esferas do futebol.

Não é diferente no Santa Cruz. Enquanto parcela dos torcedores corais enxergam a possibilidade da adequação da Cobra ao modelo de sociedade anônima como uma maneira de retorno aos tempos áureos do clube, a diretoria tricolor opta por tratar o assunto com delicadeza. Gerente executivo do Arruda, Abdias Venceslau, em entrevista à Rádio Clube de Pernambuco, revelou que o Santa Cruz está ‘antenado’ ao que ocorre ao seu redor, mas tem cautela ao debater uma possível adoção do modelo de SAF.

“O Santa Cruz acompanha tudo que acontece no futebol. Não estamos alheios a isso. Mas, a gente precisa ter muito cuidado. Porque tudo que as pessoas acham que pode dar certo do dia para a noite, pode dar errado, também do dia para a noite. Então, a gente quer crer que pode dar certo, sim, esse modelo de gestão. Agora, não precisa virar clube empresa para ter processos de empresa. A gente já tem processos de empresa dentro do Santa Cruz, a gente já tem processos formalizados”. 

“Obviamente que os nossos problemas maiores hoje são de recursos. Não temos recursos para bancar toda a operação do clube hoje, e um aporte seria muito interessante. Mas, a gente também não pode entregar o clube sem determinar regras, sem dizer como será o funcionamento do futuro do Santa Cruz. É uma instituição centenária. A gente não pode, do dia pra noite, achar que resolveu o problema. Isso tudo está sendo pensado, sim, mas com muita calma, muita cautela. O nosso departamento jurídico analisa todos os prós e contras. Então, estamos analisando e, no momento certo, caso isso ocorra, a gente passa pra todos vocês”, disse.

A perspectiva cautelosa do CEO da Cobra é compartilhada pelo executivo de futebol Marcelo Segurado. Segundo o principal responsável pelo departamento mais importante do clube, o debate acerca das SAFs é importante, porém tem que ser tratado com maturidade. Para Segurado, a mera introdução do modelo não é capaz de resolver todos os imbróglios de um clube centenário como o Santa Cruz.

“Acredito em um modelo de futebol administrado profissionalmente. Sendo empresa, sendo uma sociedade anônima, um clube extraditado. Acredito na profissionalização, de todos os setores. E isso passa pela organização, por protocolos, por situações que são bem profissionais. Agora, em relação a essa onda, nesse momento agora, está virando meio que moda, meio que uma coisa 'vamos resolver todos os problemas do clube e transformar ele em clube empresa e esquecer as dívidas para trás'”. 

“Eu acho que não é nesse caminho. Como tudo no Brasil vira muita moda, a gente tem que partir do princípio de organização. Não podemos simplesmente tornar ele uma sociedade anônima. Precisa de um processo de organização. Organizar o clube para depois passar por todo o processo. Agora querer sair do caos ao processo de como se estivesse tudo resolvido, não dá. Esse atalho é um grande erro”, disse. 

DP

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