A Nova Ordem do Nordeste: com experiência no Ceará, executivo do Santa Cruz lista diferenças entre os estados
Atualmente liderando a cúpula de futebol do Santa Cruz, o executivo de futebol Marcelo Segurado trabalhou no Ceará entre 2016 e 2020
A receita básica para realizar uma reportagem ensinada nas escolas de Jornalismo mundo afora consiste em ouvir os ‘dois lados’ de uma história - que geralmente se contradizem. Ao comparar o futebol pernambucano e o cearense, no entanto, encontramos cenários mais convergentes do que divergentes. A começar pelo principal fator: são dois blocos periféricos no contexto nacional.
Outro ponto semelhante entre os estados a ser analisado é o apelo popular. Os clubes do Trio de Ferro do Recife somam, de acordo com pesquisa do Instituto Múltipla, mais de 3 milhões de torcedores. Já o número de adeptos da dupla Ceará e Fortaleza, somados, ultrapassa a casa dos 2 milhões.
Mesmo assim, há diferenças na forma de pensar o futebol em cada estado. Atualmente no Santa Cruz, o executivo Marcelo Segurado, que trabalhou entre os anos de 2016 e 2019 no Ceará, falou, a partir de seu ponto de vista, sobre as principais diferenças observadas entre o futebol praticado em Pernambuco e no Ceará.
"Entre o futebol pernambucano e o cearense, eu percebo que, no Ceará, apesar de serem gestões diferentes, são muito participativas. O sucesso no futebol cearense, na minha visão, é o olhar muito próximo da diretoria, que não interfere, mas fica 'a par' de tudo que acontece. O futebol cearense, de um modo geral, tem times nas três principais divisões do país com modelos de gestões diferentes, mas todas muito solidárias. Há, no Brasil, casos de sucesso e fracasso em nível de organização. No caso do Ceará, é um exemplo positivo disso".
“Porque partiu de um modelo de gestão centralizado no presidente, mas compartilhado com uma diretoria estatutária, que, em todos departamentos, contava com um profissional da área. Hoje, clubes como Fortaleza e Ceará se dão o luxo de ter atletas com salário de R$ 500 mil, porque está dentro de um contexto orçamentário. Quando cheguei ao Ceará, em 2016, o orçamento era de R$ 16 milhões por ano. Saí de lá, em 2020, com orçamento de quase R$ 100 milhões”, contou Marcelo Segurado.
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