O fim do carro popular no Brasil
O carro popular deve acabar no Brasil. Isso porque, no ano em que o Onix, carro de entrada da Chevrolet, passou a custar R$ 91 mil, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Luiz Carlos Moraes, deu um banho de água gelada.
Para ele, também executivo da Mercedes-Benz, o carro popular no Brasil acabou — e não voltará mais. “Não existe mais a figura do carro pé de boi, sem segurança, sem airbag“, disse Moraes a Oeste.
“A sociedade não aceita mais esse tipo de veículo. Para cumprir as exigências, como redução de consumo e de emissões, é preciso mais investimentos e, por isso, os veículos ficam mais caros. O carro básico não vai existir mais”, afirmou Moraes.
Pablo di Si, argentino que acaba de deixar a presidência da Volkswagen para se tornar líder do conselho de administração da montadora alemã, corrobora a tese de Moraes e explica que a segurança foi um dos maiores motivos para a empresa anunciar neste ano o fim do Gol, carro mais vendido da indústria automobilística do Brasil.
Há 16 anos no país, Pablo foi um dos executivos do setor que mais fizeram pesquisas para identificar o desejo do brasileiro no tema carro. Há mais de 15 anos, os consumidores privilegiavam o preço — qualidade e segurança figuravam em sétimo lugar. “Hoje, tudo mudou”, conta.
“Os consumidores querem design bonito, conectividade (seja do básico ao luxo) e, em terceiro lugar, segurança. Esse último foi o que me deixou mais feliz”, explicou.
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