PT e PSDB se merecem!
Um dos mais importantes filósofos do iluminismo francês, o Barão de Montesquieu dizia que a corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios. Ao saber que o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, está “avaliando” e propenso a ser o candidato a vice-presidente na chapa do ex-presidiário Lula, lembrei não apenas da inteligência de Montesquieu, mas também do sábio Luis Fernando Veríssimo.
Em 1983, em seu décimo volume de crônicas inéditas, Veríssimo lançou um personagem de muito sucesso, a Velhinha de Taubaté, definida como "a única pessoa que ainda acredita no governo e nos políticos”. O ingênuo personagem, que dera a seu gato de estimação o nome do porta-voz do Presidente-General Figueiredo, marcava a decadência do governo militar brasileiro, que já estava quase completando 20 anos.
Mas, anos depois, em plena democracia, Verissimo faria reviver a Velhinha de Taubaté ironizando a credibilidade dos presidentes civis. É também dele a provocante frase: “Brasil, esse estranho País de corruptos e corruptores”. Estranho para nós, cidadãos mortais, pagadores de impostos para deleite dos políticos sem escrúpulos. Menos para eles, que brigam por tudo, xingam a mãe um do outro e suas mulheres, mas se unem pelo poder, a velha tese do poder pelo poder.
Dá náuseas imaginar PT x PSDB juntos, agora, depois de digladiarem a vida inteira pelo poder, um xingando o outro de ladrão e bandido. Com muita hipocrisia, o PSDB utilizou o mensalão para desgastar o PT e depois a Lava Jato, esquema em que aparecem citados como irmãos siameses na ladroagem. É o sujo falando do mal lavado.
É sempre bom lembrar que o PSDB protagonizou alguns dos maiores escândalos de corrupção da história, como a chamada “privataria tucana” dos anos do governo FHC. O PT, por sua vez, fez campanha para provar que o mensalão “nunca existiu”, que o escândalo foi uma tentativa de “golpe” contra o governo Lula. Igualmente, que a Lava Jato foi uma invencionice do ex-juiz Sérgio Moro, mas nunca explicou porque a quadrilha que foi presa, incluindo Lula, mas nunca pediu de volta dos R$ 4 bilhões do roubo recuperados na operação Lava Jato.
Juntos, PT e PSDB podem criar até um slogan: “A diferença entre nós é uma questão de cifras”. Por tantos e mega escândalos, fica difícil saber quem roubou mais ou menos. A diferença que conta, entretanto, não é a que está nos números, mas nos princípios. E, nos princípios, será que PT e PSDB é diferente um do outro? PT e PSDB ficaram tão parecidos que se merecem. As duas legendas estão a tal ponto espelhadas uma na outra que agora projetam o sonho de partilharem a corrupção com Lula presidente e Alckmin vice.
Deus socorra o Brasil!
Bagagem da impunidade
PT e PSDB quando governaram o Brasil foram protagonistas de episódios que entraram para o anedotário. Malas pretas apreendidas, cuecas que voaram entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar, gratuitamente, da saúde deles e dos seus pais. PT e PSDB são responsáveis por um dinheiro que viajou por muito tempo na bagagem da impunidade. Santo Agostinho já dizia: “Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem”. Vale para Alckmin!
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