Sócios do Minas fazem manifestação em apoio a Maurício Souza
Um grupo de sócios do Minas Tênis Clube se reuniu em frente à sede da instituição na manhã deste sábado, 30, para protestar contra a demissão do jogador de vôlei Maurício Souza. O atleta virou alvo de militantes digitais depois de publicar na internet sua opinião sobre a nova série de quadrinhos do Super-Homem, na qual o herói é bissexual. Oeste noticiou.
Além de demonstrarem apoio ao ex-jogador da seleção brasileira, os manifestantes pediram mais participação nas decisões tomadas pela diretoria do Minas Tênis Clube. Uma faixa com a seguinte mensagem foi estendida: “Todos os associados têm de ter vez e voz”. Os protestos ocorreram horas antes da estreia da equipe na Superliga Brasileira de Voleibol Masculino.
Os sócios do clube também organizaram um abaixo-assinado on-line contra a demissão do jogador. “O atleta Maurício Souza, no espaço exclusivo e inviolável de sua vida privada, exerceu o direito de expressar seus pensamentos com a liberdade conferida pela nossa Constituição Federal”, diz o documento. Até a tarde deste sábado, mais de 19 mil pessoas assinaram a petição.
A demissão
Depois do rebuliço causado por militantes digitais, os patrocinadores ameaçaram retirar o investimento nos times feminino e masculino do clube, o que tornou a permanência do jogador insustentável. “A culpa disso tudo é da turma da lacração”, afirmou Souza em vídeo publicado na última quinta-feira, 28, no Instagram. “O Minas não tem culpa alguma. O clube fez o possível e o impossível para me segurar.”
Essa conduta autoritária foi tratada por J.R. Guzzo em artigo publicado em Oeste. “A perseguição desencadeada contra o atleta Maurício Souza é um escândalo destes tempos em que o totalitarismo, a intolerância e o rancor são impostos à sociedade com violência cada vez maior pelos movimentos politicamente corretos”, escreveu o colunista.
Portas fechadas
Depois de ser perseguido por militantes digitais e perder o emprego, o jogador foi criticado pelo técnico da seleção brasileira, Renan Dal Zotto. “É inadmissível esse tipo de conduta do Maurício”, afirmou em entrevista ao jornal O Globo. “Sou radicalmente contra qualquer tipo de preconceito, homofobia, racismo. Em se tratando de seleção brasileira, não há espaço para profissionais homofóbicos. Não posso ter esse tipo de polêmica no grupo.”
O boom nas redes sociais
Apesar disso, as redes sociais de Souza registraram crescimento exponencial — pelo menos 1 milhão de pessoas começaram a segui-lo no Instagram. Anteriormente, o atleta já havia comemorado o boom na internet. “Eu tinha 200 mil seguidores, hoje tenho 700 mil”, disse. “E, graças a Deus, não precisei ficar sambando em cima de cama nem desfilando na quadra para ganhar o respeito e a admiração de vocês.” A mensagem faz referência a vídeos publicados por Douglas Souza, ex-colega de seleção e homossexual.
Edilson Salgueiro
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