Mirinda comenta relação com Joaquim Bezerra, rechaça impeachment e pede união
"Vamos conversar", pediu o dirigente em prol da união. (Foto: Foto: Julio Jacobina /DP/ D.A Press)
Dirigente lidera colegiado formado pelo Tricolor desde julho deste ano
Desde julho à frente do colegiado formado por ex-presidentes para gerir o departamento de futebol do Santa Cruz, Alexandre Mirinda não deve seguir no clube após o final da Série C. Mas com o rebaixamento nacional decretado, o foco se voltou, ainda mais, para os bastidores, ambiente que o dirigente conhece bem. Em entrevista à Rádio Clube, Mirinda repercutiu a relação com o atual presidente do Tricolor, Joaquim Bezerra, a parceria com o mesmo em tomadas de decisões ao decorrer da temporada e o tom das conversas com o elenco.
"Quando cheguei, já havia um rombo muito grande. Que já havia sido cortado pela metade. A minha preocupação foi reunir o grupo. A primeira conversa, inclusive, foi ainda naquela 'pré-temporada', no auditório do Retrô. Lá, disse que a partir daquele dia estava assumindo (com a delegação do presidente Joaquim Bezerra, que estava ao meu lado) a função de comandar o futebol do clube. Aceitei esse desafio e a premissa foi tranquilizar o elenco de que eu seria o comandante do barco até a última partida da Série C. Porque esse clube, essa entidade, que é o Santa Cruz, merece respeito até a última hora. E eu digo que esse elenco entendeu a mensagem", explanou.
"Essa tranquilidade ao elenco eu procurei dar. Eu e meus companheiros de diretoria. Isso não foi um trabalho de uma pessoa só. Estávamos juntos: eu, o presidente do conselho, pessoas da comissão de apoio. Muitas pessoas. Todos chegaram com o pensamento de tranquilizar o elenco. E o que acertar, ser cumprido. Isso é fundamental no mundo do futebol. Em qualquer empresa. Você não pode cobrar de quem não paga. Ele faz de conta que trabalho e você faz de conta que paga. Eu não entro nisso. Procuro honrar meus compromissos", continuou.
IMPEACHMENT X UNIÃO
Recentemente, o conselheiro e sócio patrimonial Rui Monteiro protocolou junto ao Conselho Deliberativo do Santa Cruz, um pedido de assembleia geral extraordinária para que os sócios votem pela continuidade ou não do mandato do atual presidente. Rui defende que, além do péssimo desempenho em campo, com a volta à Série D selada, a torcida foi vítima de um 'estelionato eleitoral'.
Para Mirinda, no entanto, o impeachment não é um caminho viável para o Tricolor. O dirigente, que admitiu enxergar erros da atual gestão, entende que a Cobra Coral deve se apoiar em unir àqueles que podem ajudar. Ainda de acordo com Mirinda, Joaquim não é visto como uma figura irredutível. Pelo contrário, o presidente, de acordo com conselheiro, sempre esteve consciente quanto à situação do clube e aberto ao diálogo.
"A gente tá apenas ha cinco meses numa gestão. Não vai dizer que não comete erros. Quem não comete erros? Agora, daí, por um impeachment... O Santa Cruz vai ganhar alguma coisa com isso? Não é melhor sentar à mesa e tentar fazer um colegiado com pessoas que queiram ajudar o clube? Joaquim, nesses 45 dias que estou ao lado dele, nunca foi um ditador. Muito pelo contrário. Tivemos carta branca para tomar decisões que entendíamos como corretas. Claro, sempre dando satisfação ao presidente. Mas daí você ir para um confronto, não acho que o Santa Cruz ganhe algo com isso. Posso estar errado, não sou o dono da verdade. Mas é isso. Se o presidente fosse um ditador, não quisesse ouvir ninguem, achasse que estava fazendo tudo certo e o clube afundando, tudo bem. Mas não é o caso"
"Vamos conversar", pediu. "Dialogar, ter humildade, dar dois passos para trás quando erra para depois dar muitos para frente. Eu sou dessa linha", encerrou.
DP
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