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terça-feira, 31 de agosto de 2021

NÁUTICO -CASO DO RACISMO

Roupeiro do sub-20 do Náutico se pronuncia sobre o caso de racismo contra assistente

O caso aconteceu no último sábado, no CT do Retrô (Foto: Yan Cavalcanti)



Marcello Eugênio divulgou nota afirmando ser inocente das acusações de racismo contra o assistente Anderson Cássio Matias Silva

No último sábado, em partida válida pelo Campeonato Pernambucano sub-20, o assistente Anderson Cássio Matias Silva acusou o roupeiro Marcello Eugênio de cometer um ato de racismo. O profissional do Náutico postou em rede social uma nota afirmando ser inocente da acusação.

O caso foi detalhado na súmula pelo árbitro da partida e Marcello foi levado para a Delegacia de Camaragibe, onde foi indiciado por injúria racial. O roupeiro foi liberado após pagamento da fiança. Em sua nota, Marcello Eugênio cita que um outro integrante da delegação alvirrubra proferiu xingamentos contra o assistente.

 O Náutico divulgou dois pronunciamentos desde o acontecido e, após apurar internamente, decidiu afastar o segundo profissional, que teria xingado Anderson Cássio. O clube ainda reafirmou o compromisso com a apuração dos fatos e a decisão das autoridades competetentes para, depois, tomar uma decisão definitiva.

 NOTA DE MARCELLO EUGÊNIO

 "Eu Marcello Eugênio, roupeiro do sub-20 do Clube Náutico Capibaribe, venho esclarecer formalmente o ocorrido sobre a acusação de injúria racial atribuído à mim, epsiódio que teria ocorrido no último sábado (28), entre Náutico e Retrô pelo Campeonato Pernambucano Sub-20.

 Quando as duas equipes voltaram à campo, para iniciar o 2° tempo, eu continuei no vestiário organizando os materiais dos atletas para o fim do jogo, daí então fui buscar os alimentos da equipe para quando acabasse a partida. Feito isso retornei para arquibancada, junto aos integrantes da comissão do Clube Náutico Capibaribe. Em aproximadamente 10 minutos que eu estava na arquibancada, um integrante do grupo proferiu xingamentos em direção ao assistente da partida Anderson Cássio. No momento o bandeirinha se direcionou ao arbitro da partida, alegando ter sido alvo de racismo, atribuindo tal ato para mim, mesmo o tendo o responsável pelo xingamento assumido o ato..

 Todos que estavam ao redor se levantaram ao meu favor, reforçando minha inocência. Mesmo com tantas pessoas dizendo que eu era o inocente e a pessoa que cometeu o tal xingamento assumindo a responsabilidade diante de todos e para a PM, o próprio Anderson Cássio insistiu na acusação contra mim, mesmo estando o bandeirinha de costas para a arquibancada e estando todos de máscaras.

 Formos levados para delegacia de Camaragibe, na viatura da PM. Ao chegar lá o assistente foi ouvido pela delegada, enquanto aguardava minha vez de ser ouvido por ela. No entanto, eu e o outro integrante demos apenas o depoimento para escrivã. Não tendo oportunidade de falar com a Delegada. Fui indiciado como flagrante como injúria racial, mesmo sem provas. Fui liberado após o pagamento da fiança.

 No início, eu estava muito tranquilo, pois sabia do que não tinha feito, e que tudo se resolveria de uma forma branda, pois tinha sido um mal entendido, a pessoa que xingou já tinha assumido a responsabilidade, mas ao chegar na delegacia e não sermos ouvidos me deixou muito apreensivo.

 Quando soube que pra voltar pra casa teria que pagar um valor que é equivalente à 10 meses trabalhados, eu fiquei com medo, porque teria que passar o fim de semana num presídio como um criminoso esperando a audiência de custódia.

 Mas graças à Deus e todos os funcionários do @nauticope (diretores, comissão, supervisores, atletas, advogados) fui e estou sendo acolhido e podem ter certeza que a JUSTIÇA será feita.

 Quero agradecer aos AMIGOS/FAMILIARES que em momento algum tiveram dúvidas ao meu respeito e me deram apoio e prestando solidariedade nesse momento tão difícil e sobretudo constrangedor", afirmou o roupeiro. 

DP

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