China fez acordo com jornalistas para espalhar notícias positivas sobre Pequim, diz relatório
Conforme informações divulgas pelo relatório, o Partido Comunista da China (PCCh) está construindo uma série de acordos com veículos e jornalistas ao redor do mundo, de tradução à publicidade. Essa relação teria influenciado a cobertura sobre a Covid-19.
O relatório aponta, ainda, que, graças à pressão do PCCh, durante um período em que a pandemia prejudicou a imagem de Pequim globalmente, a cobertura sobre a China na imprensa internacional foi mais positiva em 2020.
Parte desse resultado ocorreu devido ao fato da China estar mais fechada para a cobertura internacional, dificultando a entrada de jornalistas estrangeiros no país e aumentando, portanto, a dependência da imprensa internacional do “noticiário” estatal.
O documento também reconhece que países que recebem vacinas chinesas para a Covid-19 têm uma cobertura jornalística mais favorável a Pequim do que países que não recebem.
O país comunista, segundo o relatório, também estaria explorando a imprensa com ofertas personalizadas de acesso à informação e recursos. Ele estaria exportando a propaganda política para veículos de imprensa por meio de acordos de compartilhamento de conteúdo e contratos com veículos estatais, como Xinhua e China Daily.
Nesse sentido, o vírus chinês agiu como um catalisador. O país comunista utilizou seus canais de disseminação de mídia, alimentando veículos estrangeiros com contratos locais e internacionais na língua local, com o objetivo de disseminar notícias positivas sobre sua gerência da pandemia.
O jornal New York Times chegou noticiar que, em alguns países, os jornalistas estão sendo forçados a publicar os mesmos discursos oficiais de Xi Jinping, já traduzidos. Alguns são demitidos por contrariar o discurso. Diplomatas do Partido Comunista também ameaçam jornalistas estrangeiros que publicam críticas a Pequim.
A Federação Internacional de Jornalistas também publicou em 2020 um outro relatório no qual denunciou o aumento da influência do país comunista na cobertura da imprensa internacional.
E em 2019, a entidade francesa Repórteres Sem Fronteiras também publicou um relatório de 52 páginas com as mesmas denúncias sobre o PCCh. Em 2020, a Freedom House também lançou um extenso relatório apontando a crescente influência chinesa na imprensa internacional.
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