Náutico revisa e publica balanços, com 10º déficit seguido, reflexos da pandemia e endividamento controlado
Diretoria alvirrubra segue com medidas austeras para quitar passivo (Foto: Tiago Caldas/CNC)
Alvirrubro teve um aumento de R$ 13,7 milhões no passivo, mas em grande parte por reconhecimento de dívidas e novos ajustes
O Náutico divulgou, nesta quinta-feira, os valores do balanço financeiro do ano de 2020, junto aos resultados de uma auditoria externa submetida sobre os números de 2018, mas ainda pendente para os dois últimos anos. Com os valores revisados, o Timbu viu o seu endividamento crescer, passando dos imaginados R$ 146,3 milhões para os atuais R$ 160 milhões, após um ano com o maior déficit registrado desde 2015, em um claro reflexo do complicado momento econômico imposto pela Covid-19.
De acordo com os novos números, o Náutico teve uma queda no seu endividamento ao longo do ano de 2018, após o rebaixamento. À época, o passivo caiu de R$ 165,9 milhões para 154,5 milhões. Nos anos seguintes, porém, o comportamento voltou a ser de crescimento, até chegar aos atuais R$ 160 milhões, segundo maior endividamento da história do clube. Mas a situação é bastante amenizada quando olhamos o tipo de dívida.
No passivo não circulante (longo prazo), o valor está estável ao longo dos últimos três anos, o que não se aplica ao passivo circulante (curto prazo). Nesse tipo de dívida, o valor quase triplicou, até chegar a R$ 9,7 milhões. Apesar do aumento, ainda é um valor muito abaixo do que vemos no universo do futebol. Para fins de comparação, os números de Sport e Santa Cruz neste tipo de dívida, em 2019, foram de R$ 150 milhões e R$ 141 milhões.
Quando comparamos o faturamento, vemos que a ausência de público pesou nas contas alvirrubras. A receita total do clube sofreu uma leve queda, passando de R$ 17,5 milhões em 2019 para R$ 17 milhões. A principal queda foi justamente no marketing, que engloba, os patrocínios, cuja receita foi de R$ 1,9 milhões para 700 mil. O valor de bilheteria não foi separado dos de cota de televisão, o que indica um aumento na renda com competição.
O principal ponto positivo é o quadro de sócios, cujo rendimento subiu de R$ 3,2 milhões para R$ 3,7 milhões, o que indica um abraço da torcida, mesmo no momento delicado. No recorte recente, apesar da pandemia, a receita conseguiu superar as de 2018, 2016 e 2014.
Quando tratamos de despesas, a realidade é diferente, com o maior gasto desde 2015. No total, foram despendidos R$ 21,7 milhões no último ano fiscal, novamente sem valores muito detalhados. O departamento de futebol, claro, foi o maior beneficiado, com R$ 13,2 milhões, seguido pelo executivo, com R$ 5,7 milhões.
Traçando receitas e despesas, o Náutico registrou déficit, o que não seria preocupante se não fosse, ao menos, a 10ª temporada consecutiva no vermelho. Dessa vez, o déficit foi de R$ 4.651.752, o que representa o maior prejuízo de um ano fiscal desde 2015, segundo levantamento do jornalista Cássio Zirpoli. Ainda segundo ele, nesse decênio, o Náutico acumulou um prejuízo nominal acima dos R$ 40 milhões.
Passivo circulante (dívida de curto prazo)
2018 - R$ 3.464.951
2019 - R$ 5.156.178
2020 - R$ 9.753.295
Passivo não circulante (dívida de longo prazo)
2018 - R$ 151.054.797
2019 - R$ 150.712.354
2020 - R$ 150.260.379
Receita
2018 - R$ 14.325.243
2019 - R$ 17.525.211
2020 - R$ 17.047.629
Despesa
2018 - R$ 16.627.909
2019 - R$ 19.247.944
2020 - R$ 21.699.381
Déficit
2018 - R$ -2.302.666
2019 - R$ -1.722.733
2020 - R$ -4.651.752
DP
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