Onde há fumaça há fogo
Ansiosos, loucos por vacina, prefeitos de todas as regiões do Estado usaram, ontem, o grupo da Amupe no WhatsApp, a partir do momento em que tomaram conhecimento de que o colega João Campos (PSB) havia anunciado, no Recife, o início do cadastramento para vacinar professores das redes pública e privada. O clamor foi de um pedido isonômico, por parte do governador, na distribuição da vacina anti-covid.
Há uma desconfiança de que João Campos venha recebendo um maior número de vacinas em relação aos demais municípios do Interior. Em se tratando de PSB, tudo é possível, tanto que a gritaria partiu dos próprios prefeitos filiados ao partido e, portanto, governistas. A vacinação no Recife, faça-se justiça, está indo muito bem. Sou testemunha da organização e da eficiência, desde a marcação pela internet à picada nos postos drive-thru.
Tomei a vacina terça-feira passada e comprovei a organização, o empenho da equipe e a qualidade do serviço. Mas o prefeito tem usado esse modelo para faturar, politicamente. Apresenta Recife como referência nacional, inclusive em velocidade. E tem sido essa velocidade que intriga os demais prefeitos e os fazem levantar suspeitas de que o Governo quer “bombar” João como detentor da melhor ação nacional na vacina.
Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, o presidente da Amupe, José Patriota (PSB), ex-prefeito de Afogados da Ingazeira, aliado do Governo, disse que não há, ainda, nenhuma confirmação de que Recife esteja tendo um tratamento diferenciado na vacina em relação aos demais municípios. Pode até não está tendo, mas que João vem se apresentando como o “bambambã” da vacina disso não há a menor dúvida.
Gerindo uma massa falida do ex-prefeito Geraldo Covidão, João depende da boa vontade e dos parcos recursos do Estado para dar certo, porque as portas de Brasília estão fechadas, não por postura mesquinha do presidente, mas por opção do partido de João, o PSB, de decretar guerra contra Bolsonaro com um discurso de oposição radical.
Nota fofa
Além de afirmar que se estiver havendo privilégios ao Recife se configura grave crime, o presidente da Amupe, José Patriota, assinou uma nota muito fofa, não agradando a maioria dos prefeitos filiados à instituição. “A nota foi amena”, reclamou o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB). “Não posso criminalizar ninguém antecipadamente”, alega Patriota. Segundo ele, prefeitos que reclamaram lá atrás, quanto ao avanço do Recife em detrimento do interior, nada provaram. “Eles reclamam, mas não provam”, disse.
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