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quarta-feira, 31 de março de 2021

DEPENDE DO INTERESSE

A cada 5 anos, Gilmar esquece o que disse nos 5 anteriores

Para o colunista de Oeste, o olhar de Gilmar é o do medo | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil


Ex-defensor da Lava Jato, ministro do STF votou pela parcialidade do ex-juiz Sergio Moro

 

Na semana passada, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o ex-juiz Sergio Moro foi parcial nos casos em que condenou o ex-presidente Lula. O ministro Gilmar Mendes subiu o tom ao proferir o voto pela suspeição: “Alguém aqui compraria um carro de Moro?”. Para o magistrado, a Lava Jato fez uso de meios irregulares para prender alvos da operação. A atual postura de Gilmar, porém, bate de frente com a de 2015. “O que se instalou no país nos últimos anos e está sendo revelado na Lava Jato é um modelo de governança corrupta, algo que merece um nome claro: cleptocracia. A Lava Jato estragou tudo”, declarou, em uma entrevista em 19 de agosto daquele ano.

Para o colunista de Oeste Augusto Nunes, “a cada cinco anos, Gilmar esquece o que disse nos cinco anteriores”. A mudança radical de posição seria rapidamente identificada por Tom Jobim, que sabia julgar olhares como ninguém, segundo Augusto — o músico nem sequer compraria um carro usado de Gilmar, garante o jornalista. “Ninguém me engana. Nem o Marlon Brando”, disse Jobim a Augusto. “O olhar de Gilmar é o de quem esbanja valentia em duelos retóricos e bate-bocas em sessões do tribunal, mas sabe desde a infância que será sitiado pelo pânico quando a situação exigir a coragem física que sempre lhe faltou”, salientou Augusto, no artigo que publicou na Edição 53 da Revista Oeste.


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