Final da Libertadores tem aglomeração de torcedores convidados no Maracanã
Um dia após o Brasil atingir a maior média móvel de mortes por Covid-19, o Maracanã recebeu a maior aglomeração vista em um evento de futebol profissional no país desde que as torcidas foram vetadas nos estádios.
Na final da Libertadores, os protocolos de segurança contra o novo coronavírus foram ignorados, e torcedores se aglomeraram para assistir à decisão entre Santos e Palmeiras.
Apesar de a partida não ter promovido venda de ingressos, a Conmebol (confederação sul-americana) aguardava até 5.000 pessoas no Maracanã, entre torcedores convidados pelos clubes, representantes de patrocinadores da entidade, jornalistas e funcionários, com a promessa de que medidas preventivas contra a Covid-19 seriam adotadas.
Na semana passada, decreto do governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, descartou venda de ingressos na final da Libertadores, mas liberou 10% da capacidade do Maracanã para convidados, além de profissionais credenciados.
Porém, não foi o que se viu no Maracanã neste sábado. Os torcedores convidados –cerca de 500, de ambos os clubes– se aglomeraram assim que entraram no estádio.
Em vez de se espalharem pelo local, que tem capacidade para mais de 78 mil torcedores, palmeirenses e santistas ficaram concentrados de um lado das arquibancadas, apenas separados entre si.
Muitos tiraram a máscara para selfies, pulavam e cantavam. O ambiente da final é de uma partida de futebol com pouca torcida, não de um jogo sem público em meio a uma pandemia que já matou, até o momento, mais de 222 mil brasileiros e infectou 9,1 milhões.
Por volta dos 30 minutos do primeiro tempo, os organizadores pediram, por meio do sistema de som do estádio, que os torcedores colocassem as máscaras e respeitassem o distanciamento social. Não houve, porém, grandes mudanças de comportamento.
Nesta sexta (29), levantamento do consórcio de veículos de imprensa mostrou que o Brasil apresentou a maior média móvel de óbitos por Covid desde o início da pandemia. Nos últimos sete dias, foram 1.068 mortes diárias pelo novo coronavírus. Antes, a maior média era de 24 de julho, com 1.065 vidas perdidas.
Antes do jogo, do lado de fora, policiais e a vigilância sanitária fecharam bares nos arredores do estádio por encontrarem torcedores em pé. Vários grupos se juntaram para torcer, e o mesmo aconteceu em São Paulo e Santos.
Na capital paulista, por exemplo, as imediações do estádio Allianz Parque foram tomadas por alviverdes.
Por Folhapress
Nenhum comentário:
Postar um comentário