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sábado, 30 de janeiro de 2021

NOTÍCIA DESMENTIDA

Ao contrário do que foi divulgado, despesa do governo com alimentação e afins caiu 25% em 2020


A despesa do poder Executivo federal com compras de alimentos na realidade caiu em 2020 em relação a 2019, segundo dados oficiais. Foram feitos pagamentos de R$ 747,8 milhões com os contratos envolvendo alimentos, cerca de 18,7% menos que os R$ 919,8 milhões gastos em 2019.

Os dados  viraram alvo de polêmica nesta semana após uma reportagem do Portal “Metrópoles” apontar aumento de 20% nos custos de alimentos em 2020 e despesas da ordem de R$ 15 milhões em leite condensado, além de gastos com chicletes e outros itens. A matéria focou em contratações feitas em 2019 e que foram pagas naquele ano ou em 2020, destaca o Portal R7.

A despesa com leite condensado é informada no Painel de Compras apenas dentro do valor global do contrato em que ela está inserida. Nesse contrato, foram repassados aos vendedores R$ 19,6 milhões em 2020, cerca de 35% menos que os R$ 30,2 milhões de 2019.

 O levantamento considera compras do Poder Executivo, o que inclui diversos órgãos do governo, como os ministérios, universidades e forças armadas, além de programas sociais. Foi levada em conta apenas a verba paga, e não a empenhada (reservada, mas que pode ser paga ou não). No tópico “natureza da despesa”, a opção foi por “gêneros de alimentos”.

O painel traz também uma lista de contratos relacionados ao tema, envolvendo cerca de 500 itens alimentícios e alguns produtos afins, como itens de cozinha e limpeza. A despesa informada com cada item se referem ao valor total do contrato, o que pode indicar que a despesa com um produto pode incluir também outras compras. Na somatória dos contratos envolvendo alimentação e demais materiais, as despesas caíram de R$ 4,4 bilhões para R$ 3,3 bilhões, uma redução de 25%.

Polêmica

A divulgação dos dados das compras com alimentos viralizou na internet e provocou reações no mundo político. Parlamentares de oposição fizeram uma representação no TCU (Tribunal de Contas da União), pedindo uma investigação, muitos queriam dar a entender que os gastos seriam para ‘abastecer o Palácio Alvorado’, o que não condizia com a realidade.

O presidente Jair Bolsonaro detonou a imprensa e destacou que boa parte do leite condensado adquirido é usado na alimentação de 370 mil militares, além de programas nas áreas de Educação e Cidadania. Disse ainda que a despesa com leite condensado foi inferior à da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2014.

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