Pandemia desacelerou setor de shoppings centers em 2020 no Brasil
Para 2021, no entanto, a projeção é de crescimento, com 9,5% de alta nas vendas
O setor dos shoppings centers registrou um faturamento de R$ 128,8 bilhões no ano de 2020, no Brasil. Parece muito, mas o saldo representa uma queda de 33,2% em relação a 2019, quando o faturamento foi de R$ 192,8 bilhões. Os dados são da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).
Com relação à variação do faturamento, por região, o Nordeste registrou uma perda de 31% na comparação de 2020 com 2019. A região foi a segunda "melhor" entre as demais.
Porém, no âmbito nacional, para o ano de 2021, a projeção é de crescimento no setor, com 9,5% de alta nas vendas. Em Pernambuco, é esperada a inauguração de dois novos empreendimentos - Recife Outlet Premium, em Moreno, na Região Metropolitana do Recife; e Shopping Arcoverde, na cidade homônima localizada no Sertão.
"Esperamos que a atividade ganhe maior tração ao longo do ano, acompanhando a dissipação gradual das incertezas com a crise sanitária, quadro inflacionário menos pressionado e expansão do crédito e do emprego", afirma o presidente da Abrasce, Glauco Humai.
Apesar de o setor ter gerado quase 1 milhão de novos postos de trabalho, o saldo de empregos também fechou o ano de 2020 negativo quando comparado ao ano anterior. Em 2020, o segmento gerou 998 mil vagas de empregos, queda de 9,4% em comparação a 2019.
"As restrições relacionadas ao horário de funcionamento dos empreendimentos provocaram redução de turnos de trabalho, com impacto no quadro de funcionários dos shoppings e dos lojistas", diz Humai.
Ainda de acordo com o levantamento da Abrasce, a pandemia acelerou o ambiente digital. Em 2019, 36% dos empreendimentos possuíam aplicativos, mas atualmente esse percentual está em 41%.
Além disso, as plataformas de marketplace também tiveram avanço: no ano de 2019, apenas 11% dos empreendimentos realizavam vendas por meio desse canal, agora já são 29% dos shoppings que apostam na modalidade. E o número deve crescer. Segundo a entidade, 59% dos shoppings preveem implementar uma plataforma de marketplace nos próximos dois anos.
Por Rodrigo Barros
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