Mãe viaja no domingo (31) para reencontrar filho na Argentina
Fisioterapeuta Cláudia Boudoux anunciou a ida ao país vizinho nesta quinta-feira (28), ao lado do secretário Pedro Eurico
Após cinco anos, o caso Carlinhos está perto de ter um final feliz. Nesta quinta-feira (28), o Governo do Estado, através da Secretaria de Justiça e Diretos Humanos, anunciou que irá custear a viagem da fisioterapeuta Cláudia Boudoux para a Argentina. Acompanhada da filha Caroline Attias Boudoux, 15, e do secretário executivo de Pernambuco, Eduardo Figueiredo, a mãe do adolescente embarca para Buenos Aires na madrugada deste domingo (31) para reencontrar o jovem de 13 anos. A informação foi concedida pelo secretário Pedro Eurico, em entrevista coletiva.
"Se trata de um caso especial, um jovem que estava com sua família e seus irmãos em casa, e na véspera de Natal, quando foi ficar com o pai, ele desaparece, é sequestrado. Passamos mais de quatro anos procurando o jovem. Para nós é uma questão de honra, é um cidadão pernambucano que foi sequestrado, um caso típico de alienação parental. Tínhamos a obrigação de continuar essa luta e trazê-lo de volta para Pernambuco", afirmou o secretário.
Na expectativa de reencontrar o filho, Cláudia afirmou que o sentimento "ainda não é de alívio. Será quando meu filho pisar em terras pernambucanas. Será como um troféu ter meu filho de volta", declarou a fisioterapeuta. A recifense não vê o filho há dois anos, mas acredita que o garoto irá reconhecê-la.
De acordo com o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Cláudia e a filha Caroline terão que apresentar um certificado para entrar na Argentina, uma vez que a entrada de brasileiros no país vizinho está limitada. Além disso, o exame realizado nesta quinta para Covid-19 tem que dar negativo. Em solo argentino, Cláudia, a filha e Eduardo Figueiredo têm compromisso com a Justiça local agendado para segunda-feira (1), para posteriormente Carlinhos ser entregue à mãe. A viagem de volta está marcada para o dia 6 de fevereiro.
"Eles estão indo com um visto especial do governo argentino. Fizeram o exame da Covid-19 para garantir que não existe risco de contágio. Vão ficar lá durante uma semana, porque vão viajar na madrugada do domingo. Na segunda há uma audiência com a Justiça de Buenos Aires, com a juíza que decretou a prisão do pai do adolescente. Posteriormente, Carlinhos será liberado e apresentado à mãe e à irmã. Ficarão alguns dias lá para reiniciar esse contato familiar, uma vez que desde 2015 ele está na Argentina", detalhou.
Com o encontro marcado com o filho de 13 anos, Cláudia lamentou a alienação parental sofrida pelo jovem. De acordo com ela, o fato do pai de Carlinhos ser advogado, fez com que o garoto aprendesse diversas leis. Principalmente aquels voltadas para o seu caso. "Após o juiz que autorizou a volta dele ao Brasil ter entrado de férias, minha advogada de lá me passou que ele questionou se este juiz que assumiu poderia autorizar a saída dele da Argentina", contou.
Apesar do sequestro do filho, por parte do pai, Cláudia mostrou-se disposta a perdoar Carlos Attias. Segundo informou, ela não tinha o desejo de afastar os filhos do advogado. O fez por conta de determinação judicial.
"Queria dizer ao pai que basta, quero levantar a bandeira de paz. Se ele ver isso aqui, quero dizer que nunca quis tudo isso, nunca desejei. Eu nunca proibi o pai de ver a criança. Quem proibiu foi a Justiça, foi a Lei Maria da Penha, que me deu medidas protetivas e isso incluía as crianças. No que depender de mim, farei de tudo para tirar isso da cabeça dos meus três filhos para que exista um perdão. Quero que isso acabe bem para os meus três filhos", desabafou.
Por Yuri Teixeira
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