Com álcool e sem vela, cemitérios da RMR seguem protocolos para visitação
No cemitério de Santo Amaro, no Recife, a capela não abriu. Já no cemitério de Guadalupe, em Olinda, não é permitido acender velas
Em meio à pandemia do novo coronavírus, os pernambucanos estão tendo um Dia de Finados diferente nesta segunda-feira (2). Com protocolos para evitar aglomerações e garantir que as pessoas cumpram as medidas de higienização e uso de máscaras, dois dos principais cemitérios públicos da Região Metropolitana do Recife apresentaram uma movimentação menor que a habitual nesta manhã
Desde as 7h, o cemitério de Santo Amaro, na área central da capital pernambucana, recebe visitantes de máscaras com funcionários na entrada distribuindo panfletos com orientações. Também, ao contrário dos anos anteriores, a capela está fechada, sem missas, enquanto o público tem à disposição tótens para higienizar as mãos com álcool em gel.
Até nos jazigos, em geral, mais visitados, o movimento durante a manhã foi baixo. Caso do túmulo da Menina Sem Nome, onde visitantes costumam passar para fazer orações e pedidos. Porém, mesmo com as restrições impostas pela pandemia, houve quem insistisse em visitá-la. “Cada um tem que fazer sua parte. Quando chegar em casa, eu me cuido, mas não deixo de vir. Venho há muito tempo. Eu venho agradecer, pedir, rezar por todos”, disse a dona de casa Maria José Gomes Lima, 56 anos.
No túmulo do músico Chico Science, não faltaram os fãs mais fiéis, como o garçom Pereira Campos Júnior, 39 anos. Caracterizado com o chapéu e roupas que lembram o artista, morto em um acidente de carro em 1997, Júnior contou que foi agradecer ao compositor pelo legado que deixou à cultura pernambucana. “Ele levou a cultura da gente para o mundo”, declarou. “Essa pandemia louca fez muita gente deixar de reverenciar seus entes queridos”.
Em Olinda, o cemitério de Guadalupe tem funcionários na porta com spray de álcool para a limpeza das mãos. Só é permitida a entrada de pessoas com máscaras e não se pode acender velas devido ao risco de acidente, uma vez que os visitantes estão com as mãos higienizadas com álcool. O movimento também estava tranquilo. “Recebi o álcool na porta e ando sempre com o meu. A gente não deve facilitar para esse vírus”, comentou a aposentada Maria Madalena da Silva, 59.
Por Artur Ferraz
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