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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

DESVIOS DE DINHEIRO DE MANDETTA

POR UNANIMIDADE, TRF3 NEGA RECURSOS E MANTÉM MANDETTA RÉU POR DESVIO DE MILHÕES DA SAÚDE


Por unanimidade, a 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região negou, na última sexta-feira (23), dois agravos de instrumento e manteve o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, réu por improbidade administrativa. Ele e o senador Nelsinho Trad (PSD) respondem duas ações por improbidade administrativa pelo desvio de R$ 8,8 na implantação do Gisa (Gestão de Informações em Saúde).

Conforme certidão do julgamento, o relator do pedido, desembargador Carlos Muta, indeferiu o pedido para rejeitar as ações por improbidade administrativa, que foram aceitas em abril do ano passado pelo juiz Pedro Pereira dos Santos, da 4ª Vara Federal de Campo Grande. O magistrado foi acompanhado pelos desembargadores Nery Júnior e Antônio Cedenho e pela juíza Denise Avelar, substituta do desembargador Nelton Santos.

No acórdão publicado em fevereiro deste ano, a desembargadora Cecília Marcondes destacou que “havia uma verdadeira simbiose entre servidores públicos municipais e pessoas físicas e jurídicas estranhas ao quadro da administração municipal conluiadas para fraudar o processo licitatório que levou à implantação do Sistema Gisa – Gestão de Informações em Saúde pelo Consórcio CONTISI, gerando enormes prejuízos ao erário.

As fraudes no procedimento licitatório foram apuradas em sede de auditoria realizada pela Controladoria-Geral da União. Aduzidas fraudes teriam sido coordenadas pelos, à época, prefeito e secretário de Saúde do município, Nelson Trad Filho e Luiz Henrique Mandetta, que direcionaram a licitação em benefício de um consórcio de empresas que foram criadas especificamente para participarem do certame licitatório e que não possuíam nenhuma expertise na área”, pontuou a desembargadora.

Na esfera criminal, o inquérito tramitou durante anos no Supremo Tribunal Federal, já que Mandetta tinha foro privilegiado por ser deputado federal. Sem desfecho, o caso foi encaminhado para a 5ª Vara Federal, onde permaneceu parado por quase dois anos. O juiz Dalton Kita Conrado viu crime eleitoral e o encaminhou à Justiça Eleitoral. Não há notícias do inquérito no Tribunal Regional Eleitoral.

A denúncia de superfaturamento, fraude e desvio milionário no Gisa é o escândalo no caminho de Mandetta, alçado à fama nacional pelo combate à pandemia da covid-19. Ele vem sendo apresentado como candidato a presidente da República pelo DEM ou como candidato a vice-presidente na chapa do ex-juiz Sergio Moro (sem partido).

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