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quarta-feira, 26 de agosto de 2020

SPORT - APRESENTADO OFICIALMENTE

Jair Ventura compara Sport e Botafogo e explica estilo: 'Vou respeitar as características'

Técnico disse que quer extrair o máximo de cada jogador e armar o time de acordo com as peças que dispõe (Foto: Anderson Stevens/ Sport Recife)



Técnico foi apresentado na tarde desta quarta-feira e concedeu entrevista coletiva onde passou por diversos temas; confira principais trechos


A chegada de Jair Ventura foi aprovada pela maioria da torcida do Sport nas redes sociais pela expectativa do novo técnico mudar o estilo de jogo da equipe rubro-negra, implementando algo que ele já mostrou capaz de fazer com sucesso no Botafogo. Um modelo mais defensivo e de contra-ataque - status que persegue o treinador até hoje mesmo com as passagens (sem sucesso) no Santos e Corinthians, que completam o currículo do comandante. 

E na apresentação oficial de Jair Ventura na tarde desta quarta-feira no CT, o trabalho realizado no clube carioca foi o principal tema. O técnico, por sua vez, fez questão de rechaçar o rótulo de apenas reativo, apresentando números da carreira. Além disso, comparou o momento em que assumiu o Botafogo em 2016 e chega agora ao Sport.

“A diferença do Botafogo é que eu era auxiliar (técnico com oito anos de casa), sabia a situação, conhecia. Utilizei dois laterais (esquerdos), Victor Luís e Diogo (Barbosa), abri Bruno (Silva) volante como um externo porque conhecia. Só vou poder fazer isso (no Sport) se tiver tempo de conhecê-los e extrair o máximo possível”, disse, reconhecendo semelhanças com o Leão. “Momento de retorno da Série B, folha modesta, dificuldade financeira...", afirmou, voltando a citar diferença do time carioca. "Mas que eu conhecia o elenco (no Botafogo)”.

Quanto a ideia de jogo que pretende implementar no Sport, o técnico disse que será de acordo com as características que dispõe no elenco. Recém-chegado, portanto, precisa de tempo para analisar e poder extrair o máximo de cada jogador. Contudo, afirmou que será um time de acordo com que o grupo pode oferecer.

“Minha filosofia vai de acordo com meu elenco. Não posso colocar ela na frente da minha instituição, não posso colocar um jogo que não vai ser legal para o Sport. Minha filosofia vai ser o melhor para o Sport. Agora, se me perguntar o que eu gosto, vem de berço (o técnico é filho do lendário atacante Jairzinho, o ‘Furacão’, tricampeão mundial em 1970), uma seleção que encantou o mundo, um futebol leve, ofensivo. Mas (entendo) que por vezes temos que respeitar o momento que estamos, a características do elenco para fazer o melhor para o clube e não para o treinador”, afirmou.

CONFIRA OUTROS TRECHOS DA COLETIVA
Modelos no Botafogo e Santos
“No Botafogo não tínhamos muita posse de bola, mas apesar disso só 25% dos nossos gols foram de transição ofensiva (contra-ataque) e mais de 43% em organizações ofensivas (proposição), apesar de termos menos a posse de bola. No Santos mudei completamente o modelo de jogo pelas características dos atletas, chegamos a um time mais propositivo. Então duas estratégias diferentes por causa do elenco”.

Ideia de jogo e como projeta o Sport
“Vou analisar e que fique claro que o trabalho pode ser mutável pelas características. Vamos analisar os jogos.  Pedimos marcação alta, jogo apoiado, o que o futebol pede e o que eu gosto, mas por vezes temos que respeitar o momento. A instituição é maior que o modelo de jogo”. 

Carreira
“Eu não estou aqui porque falo de um modelo, mas porque fiz um modelo vitorioso. Claro, respeitando as característica dos jogadores. O segredo do treinador é extrair o máximo dos jogadores em busca dos objetivos”, disse. “Em 2016 quando assumi (o Botafogo) se eu implemento o jogo que fiz no Santos, eu entro no mercado com um modelo de jogo bom mas que não deu resultado”.

Fora do mercado de dezembro de 2018 até agosto de 2020
“Foi um tempo de muito aprendizado. Deixar claro que foi opção minha não trabalhar por um ano, por ter sido pai, por ter pego um trabalho atrás do outro. Saí do Santos e com menos de um mês estava no Corinthians. Fui abençoado com uma filha e achei que era o momento de parar, curtir a família. Tive essa oportunidade, de estudar ainda mais, parei para analisar as tendências, revi meus jogos, meus treinos, hoje temos treinos muito melhores. Não sou melhor do que fui no Corinthians, mas fui melhor do que ontem. Costumo dizer que sou um treinador jovem que busca aprender sempre. Pretendo implementar mas sempre respeitando as características da nossa equipe. Não posso colocar o que penso à frente do Sport. Vim para trabalhar junto a diretoria, jogadores. Nosso melhor não é o modelo de jogo, mas uma somatória de coisas para alcancarmos os objetivos”.

Sport vai ter a cara do técnico contra o Coritiba, domingo?
“Tive uma sessão e meia de treino, é muito cedo, o time vem desgastado. Não só o Sport, mas todas as equipes. Então esse período é muito para recuperação dos atletas, acho que é muito cedo para falar, não tenho pretensão de ter minha cara mas botar a cara do Sport para que juntos possamos alcançar os nossos objetivos, deixando claro que o objetivo maior é o Sport”.

Formas de jogar
“Maneira de jogar eu tenho diversas. Várias maneiras de trabalhar. Tenho trabalhos distintos, um Santos totalmente propositivo com 66% de posse de bola, disputamos uma libertadores e fomos primeiro (fase de grupo). Um Botafogo reativo que classificamos em primeiro também na libertadores. Mostro que com modelos distintos podemos alcançar os objetivos. Então vou extrair o máximo desse elenco, nessas características deles”.

Aceno positivo ao convite para ser técnico do Sport
“Um conjunto (de coisas): torcida apaixonada, vim jogar aqui várias vezes, que empurra, não conseguia falar com os jogadores do tanto que canta. Estrutura boa, elenco que acredito, um presidente transparente que fala a verdade, uma diretoria séria”.

DP

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