Técnico do Santa Cruz se posiciona a favor de público em final do Estadual no Arruda
Itamar Schulle revelou que última testagem feita no elenco do Santa foi antes do jogo contra Confiança, pela Copa do Nordeste (Foto: Reprodução/TV Coral)
Itamar Schulle usou flexibilização em praias e restaurantes para defender o retorno dos torcedores aos estádios: 'Só no campo que pega?
Passado o primeiro jogo da final do Campeonato Pernambucano 2020, realizado no estádio Cornélio de Barros, o Santa Cruz se prepara para receber a finalíssima em sua casa, o Arruda, na próxima quarta-feira, às 21h30. Depois de polêmicas sobre o protocolo que apontava os dois jogos na Arena de Pernambuco, mas que acabou flexibilizado para que Salgueiro e Santa Cruz mandassem as partidas em seus estádios, o técnico coral, Itamar Schülle se colocou a favor de um avanço não previsto na retomada do futebol no estado: o retorno da torcida às arquibancadas. Já a partida do jogo de volta contra o Carcará.
Segundo Itamar Schülle, o estádio de futebol é um local que só tem razão de ser devido à presença da torcida e apoiando-se na liberação de outras atividades como a abertura de praias e restaurantes, o treinador coral se colocou favorável a volta dos adeptos aos estádios mesmo que em quantidade reduzida.
"Eu sempre disse que o estádio foi feito para a torcida senão não teríamos as arquibancadas. Se você vai no mercado, tem mais 500, talvez 1.000 pessoas em Recife. Como é que você não libera? Mesmo que não seja a totalidade. Libera pelo menos a metade do estádio, cada um fica a dois metros um do outro. Não pode no estádio? Como é que pode na praia? Como pode em um mercado? Em um restaurante? Eu fui essa semana e cada pessoa sentava a dois metros um do outro e mesmo assim tinham pessoas juntas. Na praia, têm sempre 10 ou 15 pessoas juntas. Mas no futebol não pode. É a minha opinião. Tem que ter cuidado, mas só no futebol? No mercado não tem cuidado. Na praia não tem cuidado. As outras coisas também não têm. Só no campo que pega?", indagou.
O treinador chegou a sugerir a volta da torcida já para a partida final desta quarta-feira, contra o Salgueiro. "Eu acho que poderia, com consciência, se liberar uma parte do estádio para que possamos ter no Arruda a participação da nossa torcida. É para isso que existe estádio. Seria lindo fazer uma decisão em casa e ter nosso estádio cheio de gente conosco para a conquista desse campeonato", complementou.
Vale lembrar que na última atualização de casos e óbitos, no domingo, dia do jogo entre Salgueiro e Santa Cruz, o estado de Pernambuco registrava 97.970 casos da Covid-19 e 6.634 óbitos, sendo 1.224 novas infecções e 37 mortes registradas no dia. Em nível nacional, o Brasil, que segue na segunda posição no ranking mundial da doença, passou recentemente os 2,7 milhões de casos com 94.130 vidas perdidas por conta da covid-19.
Ausência de testes
Perguntado sobre os cuidados que o Santa Cruz tem tomado durante a pandemia, Itamar destacou o trabalho que vem sendo feito pelo clube, mas apontou a necessidade de um maior subsídio para testagem, colocando que a última vez em que elenco e comissão tricolores se submeteram a exames foi antes do jogo diante do Confiança, válido pelas quartas de final da Copa do Nordeste.
"Nós temos muito cuidado. Fazemos o uso de álcool e das máscaras, mas esse vírus, que a gente não sabe, tem gente que pega em casa, como foi o caso da minha família. Tem outros que pegam jogando futebol, trabalhando, por exemplo, desde a Copa do Nordeste, nenhum clube fez mais exames. Pelo menos é o que eu vejo por causa da sequência dos estaduais. Temos que ter mais exames custeados pela Federação para que possamos continuar com esse controle, afinal, o Estadual ainda tem mais um jogo e temos que tomar todas as precauções", disse.
"Aqui no Santa Cruz, temos o cuidado ao máximo, mas tem coisa que não dá para evitar, como um aperto de mão ou um abraço. Por exemplo, se uma pessoa me oferece a mão e eu não conheço, eu não vou estender a mão para ela? Eu dou a mão e depois passo um álcool. Já encontrei crianças em Recife que me estenderam a mão e eu vou tocar de cotovelo? Então, eu dou a mão e depois higienizo com todos os cuidados que já estamos tendo e vamos mantê-los", concluiu.
DP
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