Candidatura de Túlio pode gerar retaliação cruzada entre PSB e PDT
As conversas entre o PDT e o PSB que incluem o Recife passam por um pano de fundo nacional. Leia-se: os dois partidos formalizaram alianças em outras capitais importantes, a exemplo do Rio de Janeiro e de São Paulo. O detalhe é que o PSB não deixa dúvidas de que o Recife é a peça mais relevante desse xadrez, onde o herdeiro do ex-governador Eduardo Campos encabeçará uma chapa "para ganhar ou para perder", como socialistas têm repisado nos bastidores: não tem plano B. João Campos não é só o candidato do PSB à Prefeitura da Capital é quem está tocando tudo, de início ao fim, inclusive cada conversa necessária a essa construção. Se não foi a Túlio Gadêlha antes de ir ao presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, João foi à mesa com Wolney Queiroz, presidente do partido no Estado. "Se o PDT preterir essa aliança no Recife, vai ter conflito", avisa à coluna um socialista de alta patente. Indagado se há margem para o PSB reagir, considerando que, no Rio de Janeiro, o apoio da sigla ao PDT já foi anunciado, o mesmo socialista devolve: "Até a convenção, nada impede que esses acordos sejam rompidos". E, referindo-se ao projeto para o Recife que o deputado federal Túlio Gadêlha ficou de lançar hoje, avisa: "Essa celeuma é ruim para o PDT".
Nas hostes pedetistas, o cenário de São Paulo é visto como determinante, considerando se tratar da cidade mais importante do País. Lá, o PDT apoia Márcio França, do PSB, é o inverso do Rio de Janeiro. E pedetistas não descartam, por sua vez, romper as pontes na capital paulista, caso o PSB recue na aliança do Rio. De antemão, pedetistas ponderam que esse clima de ameaças não é bom para nenhum dos lados. Pode acabar no "jogo do perde perde". O que pedetistas admitem e até oposicionistas atentos reforçam é que o PDT vê em Túlio uma chance de se cacifar perante o PSB, ainda que, mais na frente, volte atrás nessa candidatura própria, o que, hoje, nas coxias, é dado como certo que vai ocorrer, mais cedo ou mais tarde.
Túlio critica "modus operandi" do PSB
Túlio Gadêlha, à coluna, diz que uma característica de João Campos é "amarrar construções políticas pela cúpula, sem dialogar com os iguais". E emenda: "É uma característica dele, do modus operandi do PSB, como fizeram em outras eleições". Refere-se ao fato de João ter ido à mesa com Carlos Lupi, em Brasília, na semana passada, como a coluna registrara,
Cúpula >
Aos olhos de Túlio, a estratégia é "desarticular projetos diretamente com as cúpulas partidárias nacionais". Cerca de 15 dias antes de João, Marília Arraes também esteve com Carlos Lupi. Mas Túlio, à coluna, pontua: "Marília, antes, conversou comigo. Fui eu que abri o diálogo para ela conversar com Lupi".
Concorrência >
Carlos Lupi já havia deixado claro ao próprio Túlio que com o PT não tinha jogo na Capital pernambucana e, como a coluna cantara a pedra, essa era a espinha dorsal da decisão local do PDT. Motivo: O PT trabalha com o projeto de Fernando Haddad para a corrida pelo Planalto e o PDT sedimenta o caminho para Ciro Gomes.
Afinal > Como a coluna antecipara, Túlio Gadêlha ficara de fazer o anúncio na última sexta-feira, mas acabou adiando para hoje. Será às 10h, na Garrido Galeria, em Casa Forte, a conversa que o deputado terá com a Imprensa sobre a disputa pela Prefeitura do Recife.
Referência >
Candidato a prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima passou por Jaboatão, na última segunda, para conhecer o modelo de gestão implantado pelo prefeito Anderson Ferreira. Disse que tinha ouvido falar do Complexo Administrativo, mas que o interesse cresceu após os prêmios da ONU. Tem visitado cidades referências para incluir sugestões no seu programa de governo.
Por Renata Bezerra de Melo
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