Norma entrou em vigor no território na noite de ontem; manifestantes foram punidos por tentar reclamar da regra
Parece que, diferentemente do que prega a mídia controlada pelo Partido Comunista Chinês, o povo de Hong Kong não está satisfeito com a lei de segurança nacional. Definida por Pequim sobre o governo local, a regra entrou em vigor na noite de ontem, terça-feira 30 de junho, e já fez com que mais de 300 pessoas fossem detidas na Região Administrativa Especial (RAE).
Nesta quarta-feira, 1º de julho, milhares de pessoas foram às ruas no bairro Causeway Bay, importante centro comercial de Hong Kong, para protestar contra a nova lei. E, por isso, sentiram o poder da norma recém-aprovada. De acordo com agências internacionais, os manifestantes foram alvo de disparos de balas de borracha e jatos d’água. Além disso, as mais de 300 prisões tiveram, oficialmente, como motivo acusações como prática de manifestação ilegal e… violação da nova lei de segurança nacional.
A regra afeta diretamente liberdades individuais do povo honconguês. Como exemplo, a causa da primeira prisão relacionada à nova lei. Um homem foi detido por ostentar publicamente uma bandeira com alusão à independência do território, devolvido pelo Reino Unido à China em junho de 1997. Apesar do vínculo com Pequim, a região mantinha autonomia em relação ao restante da China.Regras
Com determinações vagas, a lei de segurança nacional em vigor em Hong Kong define como ameaça à China atos interpretados como:
- Separação (por exemplo, clamar pela independência da RAE);
- Subversão;
- Organização e realização de atos terroristas;
- Conluio com outras nações ou agentes de fora da China.
Além disso, o Partido Comunista Chinês pode ter em Hong Kong uma agência de segurança. Quem for condenado com base na lei recém-criada poderá ser enviado à China continental — fora da jurisdição do governo da RAE, cada vez com menos status de “região especial”. Consequentemente, poderá ser punido até com prisão perpétua.
Reclamação
Identificando-se como ativista da democracia, Joshua Wong já havia demonstrado sua insatisfação com a questão em maio, durante entrevista exclusiva a Oeste. Na ocasião, ele clamou por apoio de países e entidades internacionais. Disse ainda que os protestos contra a lei iriam seguir pelo território. Contudo, as manifestações em Hong Kong podem resultar em mais prisões.
“Autoridades chinesas têm o direito de prender qualquer pessoa”
Agora, diante da implementação da lei, Wong reclamou novamente. Por meio de postagem no Twitter, o líder honconguês falou em “crime” praticado por Pequim. “As autoridades chinesas têm o direito de prender qualquer pessoa do mundo, mesmo que você não seja cidadão de Hong Kong nem chinês”, afirmou o ativista. “Elas têm o direito de prendê-lo se você violar a ‘Lei de Segurança Chinesa’ que entendemos como crime [contra a liberdade de] expressão”, complementou.
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