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segunda-feira, 1 de junho de 2020

SERGIO MORO

Moro diz que Bolsonaro queria promover uma ‘rebelião armada’


Em nota na qual respondeu às críticas do presidente Jair Bolsonaro de que atropelava decretos para impedir o acesso facilitado dos cidadãos a armas, o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro acusou o mandatário brasileiro de querer promover uma rebelião armada contra medidas sanitárias propostas por governadores e prefeitos. O ex-magistrado ainda comentou sobre o risco de desvio dos armamentos com a flexibilização.
“Sobre políticas de flexibilização de posse e porte de armas, são medidas que podem ser legitimamente discutidas, mas não se pode pretender, como desejava o presidente, que sejam utilizadas para promover espécie de rebelião armada contra medidas sanitárias impostas por governadores e prefeitos, nem sendo igualmente recomendável que mecanismos de controle e rastreamento do uso dessas armas e munições sejam simplesmente revogados, já que há risco de desvio do armamento destinado à proteção do cidadão comum para beneficiar criminosos. A revogação pura e simples desses mecanismos de controle não é medida responsável.”, diz Sergio Moro em nota.
Sergio Moro defendeu as medidas de isolamento social contra o Coronavírus e a portaria editada pelo seu ministério que permitia a prisão de quem descumprisse a quarentena, principal motivo das críticas do Presidente da República.
“As medidas de isolamento e quarentena são necessárias para conter a pandemia do coronavírus e salvar vidas. Devem, certamente, ser acompanhadas de medidas para salvar empregos, renda e empresas. Sempre defendi que as medidas deviam ser aplicadas mediante diálogo e convencimento. Mas a legislação prevê como um recurso excepcional a prisão, conforme art. 268 do Código Penal. A Portaria Interministerial n.º 5 sobre medidas de isolamento e quarentena, por mim editada junto com o ministro Mandetta, apenas esclarecia a legislação e deixava muito claro que a prisão era medida muito excepcional e dirigida principalmente aquele que, ciente de estar infectado, não cumpria isolamento ou quarentena”, afirmou.



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