Ideia é transformar uma estrutura atualmente sucateada em uma pasta estratégica
A criação de uma Secretaria Especial do Semiárido está em andamento. Conforme Oeste antecipou, o governo estuda criar uma estrutura específica para implementar e coordenar um inédito programa de investimentos na região Nordeste, com foco no semiárido.
O Executivo se preocupa, contudo, com o aumento de gastos que a medida pode gerar. Por isso, está em análise a transformação do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), órgão pertencente ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), na Secretaria Especial de Desenvolvimento do Semiárido Brasileiro (SEDSBRA).
O Dnocs teve uma importância relevante para o desenvolvimento do Nordeste. Entre 1909 até por volta de 1959, ano da criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o departamento fez um pouco de tudo. Construiu açudes, estradas, pontes, portos, ferrovias, hospitais, campos de pouso, implantou redes de energia elétrica, telegráficas e hidrelétricas. Foi, assim, a única estrutura governamental responsável pelo socorro às populações flageladas pela seca.
Sucateamento
Os anos dourados, entretanto, se foram. Da maior “empreiteira” da América Latina, o Dnocs se transformou num órgão sucateado. Ao longo dos anos, boa parte da estrutura construída pelo departamento foi transferida para repartições especializadas em obras “não hídricas”, como rodovias, linhas de transmissão, portos e ferrovias.
A ideia do Planalto, que discute a pauta junto de nomes influentes da política, é repaginar a estrutura do Dnocs na SEDSBRA. Seria uma alternativa para garantir a presença do governo federal nos nove estados do Nordeste sem tornar a máquina mais inchada. A secretaria teria por finalidade promover o verdadeiro desenvolvimento econômico do semiárido, sem o atual assistencialismo de viés eleitoreiro.
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