Déficit de R$ 22 milhões e menor receita da década: Sport divulga balanço financeiro 2019
Queda de receitas do Sport em 2019 está diretamente atrelada ao rebaixamento à Série B (Foto: Paulo Paiva/DP)
Após três anos com receitas acima dos R$ 100 milhões, o Leão teve menos de R$ 40 milhões na última temporada, o mais baixo desde 2010
A realidade financeira do Sport é alarmante. Com números negativos bastante influenciados pelo rebaixamento à Série B, ocorrido em 2018, o Leão divulgou nesta semana o balanço orçamentário da temporada 2019, que registrou um déficit acima de R$ 22 milhões e uma receita inferior aos R$ 40 milhões. Em relação ao ano anterior, foram registradas quedas nas receitas de futebol (direitos de transmissão + bilheteria), sócios-torcedores, marketing, esportes amadores e futebol feminino.
Apesar da mentalidade de gestão austera, o primeiro ano do mandato de Milton Bivar apresentou déficit financeiro de R$ 22.644.360. O valor é superior às três temporadas anteriores (2016, com prejuízo de R$ 560 mil; 2017, de 18,3 milhões; e 2018, de 14,3 milhões). A situação, porém, é paralela à grave queda nos rendimentos, que está diretamente ligada à presença leonina na Segunda Divisão.
O rebaixamento influiu diretamente nas receitas rubro-negras. Após três temporadas seguidas com balanços superiores a R$ 100 milhões, o Sport registrou uma receita bruta de R$ 39.208.327, uma perda de 62% em relação a 2018. O principal impulsionador da queda foi a receita com futebol, que junta o valor da bilheteria e dos direitos de TV, que foi reduzido de R$ 79.242.134, em 2018, para R$ 22.423.579, em 2019. A queda ultrapassa a marca de 70% do valor de 2018.
O Sport também registrou quedas em outro setores importantes. A renda leonina com os programas de sócios-torcedores caiu de R$ 13.862.621 para R$ 6.416.249, menos da metade do ano anterior. O valor obtido com marketing e patrocínios também caiu: de R$ 5.656.479 para R$ 4.588.752. Também foram registradas quedas nos valores recebidos pelos esportes amadores e pelo futebol feminino. O único - e pequeno - alento veio do patrimonial, que apresentou um crescimento levemente acima de R$ 500 mil.
Se as receitas do Sport caíram, o mesmo pode se dizer das despesas, porém, não na mesma proporção. A redução de R$ 64 milhões na receita (62% do total), foi traduzida em R$ 53 milhões nas despesas (47% do total). O gasto do Sport saiu da cada dos R$ 113 milhões para R$ 60.466.910.
Passivo
Em uma análise simplista, o passivo do Sport mostrou uma redução, algo que não acontecia desde 2013. O valor, que era tinha alcançado o recorde de R$ 193.439.749 em 2018, caiu para R$ 189.540.801, redução de 2%. O problema, porém, está no fato da redução estar concentrada exclusivamente no passivo não circulante (de longo prazo), enquanto o circulante, cresceu de R$ 138.097.360 para R$ 150.702.621, aumentando o endividamento de curto prazo do clube, ainda que reduzindo a dívida total.
Dentro do passivo circulante, cujas pendências são de até 12 meses, o Sport registra R$ 32,4 milhões em obrigações sociais e trabalhistas, valor superior aos R$ 22,3 milhões, de 2018. As obrigações tributárias também tem grande peso na conta, representando R$ 56,7 milhões, ou 17% do total. Valores destinados a fornecedores (R$ 34 milhões), contratos celebrados (R$ 16 milhões) e receitas antecipadas (R$ 2,5 milhões) são outras que também compõem a dívida de curto prazo.
DP
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