Médico do Sport explica prejuízos físicos da parada: "Deixa de ser atleta de alto nível'
Período sem treinamentos já é o maior da história, segundo o diretor médico do Sport (Foto: Anderson Stevens/Sport Club do Recife)
Stemberg Vasconcelos reforçou necessidade de uma pré-temporada e alertou que rodízio de jogadores será necessário após retorno
O período sem jogos do Sport já se aproxima do maior espaçamento da década. O tempo sem treino, porém, já é recorde. Ao menos, é o que garante Stemberg Vasconcelos, diretor médico do clube, que, em vinte anos trabalhando com futebol, afirma não ter precedentes de pausas tão longas. Segundo o relato, a pausa trará novas dificuldades para o departamento médico, que está praticamente inativo durante o intervalo.
“Por mais que a gente se planeje para um tempo, agora já é bem mais, e pelo andar da carruagem vai ser mais ainda. Orientamos para fazer musculação, mas é exercício só para manter a forma, não tem muito que dê para fazer. Deixou de ser um atleta de alto nível para virar uma pessoa que faz exercício físico normal. Por isso que a gente fica pleiteando que, na volta, tenha no mínimo três semanas de preparação física, de pré-temporada”, afirmou.
Stemberg ainda relatou sobre sua experiência no futebol, alegando nunca ter trabalhado com um precedente de pausa tão grande. “Eu trabalho em futebol há 20 anos, eu nunca vi tanto tempo sem fazer exercícios. Nem mesmo quando a gente foi desclassificado do campeonato (Série B de 2004 e 2005), que a gente parou em outubro, passou novembro, mas em dezembro já estava trabalhando. Nem nessa época a gente ficou esse tempo todo parado".
O médico também explicou como será o comportamento do departamento médico e dos preparadores físicos do Sport na tentativa de minimizar lesões após o retorno das competições.
"Como eles estão há muito tempo parados, a gente basicamente vai ter que começar do zero, o que aumenta o risco de lesão, porque como tem pouco tempo de preparação, vai ter que quebrar algumas etapas da preparação física e adaptação muscular. A gente vai ter que ter um controle muito mais rigoroso de termografia e avaliação da CK, que é o que todo mundo vai usar. A gente deve usar diariamente, para ter noção se eles estão tendo alguma alteração fisiológica que propicia lesão”.
Segundo Stemberg, os jogadores só irão recuperar a forma física que estavam antes da paralisação depois de 45 dias ou dois meses de trabalhos. Ele também alertou que, com a provável maratona de jogos que será encarada pelas equipes, o rodízio de jogadores deve ser fundamental para o restante da temporada.
“Nessa correria, vai ter que fazer, provavelmente, um rodízio de jogadores. É preciso ter um elenco muito mais abrangente da parte física para a gente poder fazer um rodízio dessa pegada, senão acaba machucando tudo. Eu acho que o tom dessa temporada que está vindo vai ser o elenco. Quem tiver um elenco mais homogêneo, principalmente na parte física, vai se dar melhor”, finalizou.
DP
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