Senhor é preso após desacatar PM e desobedecer medidas restritivas na orla de Boa Viagem
Homem é detido por desacatar policiais e desobedecer decreto estadualFoto: Reprodução / Whatsapp
O homem, de 63 anos, vestia uma camisa com o rosto do presidente Jair Bolsonaro estampado
Na tarde deste sábado (18), a PMPE foi chamada para orientar um senhor que não estava colaborando com a orientação que restringia o uso do calçadão da Praia de Boa Viagem. Vídeos da ação dos policiais foram compartilhados nas redes sociais com críticas. O presidente da república, que participou de um ato em protesto contra as medidas de isolamento social neste domingo, criticou a ação da polícia. “Deram superpoderes para governadores e prefeitos. Eles agora atentam contra o que há de mais sagrado no Brasil: a nossa liberdade, nosso direito de ir e vir”, publicou no facebook, junto ao vídeo editado com apenas as partes onde os policiais aparecem agindo de forma truculenta.
Seu filho, Eduardo Bolsonaro, seguindo a mesma linha de pensamento, publicou no twitter: “Qual o crime cometido para justificar essa prisão em Pernambuco? Alguns governadores e prefeitos perderam a noção de civilidade”.
Contudo, o vídeo completo mostra a tentativa dos policiais para convencer o senhor a sair da área proibida e as tentativas de intimidação dos servidores públicos pelo senhor, que alegou ser desembargador e aposentado da aeronáutica. Na situação, o senhor chegou a arrancar o celular das mãos de um policial. A equipe de segurança pública, então, fez a condução do homem para a Delegacia de Boa Viagem, onde houve a autuação por desacato.
Em nota, a Polícia Militar de Pernambuco ressaltou: “Campanhas de esclarecimento e divulgação das restrições ocorrem diariamente, em todas as redes e mídias disponíveis. Somente casos de desobediência e até desacato, os policiais militares - que arriscam sua saúde e a de seus familiares para proteger a população – precisam conduzir pessoas para delegacias”.
Confira a nota completa divulgada pela PMPE:
A Polícia Militar de Pernambuco informa que ontem (sábado, 18/04), às 16h35h, foi acionada por dois agentes de trânsito da Prefeitura do Recife para colaborar na orientação a um senhor, de 63 anos, que insistia em desobedecer a determinação sanitária de restrição das caminhadas no calçadão da Praia de Boa Viagem. As tentativas dos policiais militares de diálogo e convencimento também foram frustradas. Além desobedecer, houve ofensas verbais e tentativas de intimidação dos servidores públicos, quando o senhor afirmou ser desembargador e aposentado da Aeronáutica. Ele chegou até mesmo a arrancar o celular das mãos de um policial. De forma técnica e buscando sempre sua integridade física, a equipe de segurança pública fez a condução para a Delegacia de Boa Viagem, onde houve a autuação por desacato.
A restrição do acesso a parques, calçadões e outras áreas de lazer e convivência pública vale para todos os pernambucanos, que, em sua imensa maioria, vêm cumprindo com as orientações de prevenção à disseminação do novo Coronavírus. Campanhas de esclarecimento e divulgação das restrições ocorrem diariamente, em todas as redes e mídias disponíveis. Somente casos de desobediência e até desacato, os policiais militares - que arriscam sua saúde e a de seus familiares para proteger a população – precisam conduzir pessoas para delegacias. Desde o início da pandemia de Covid-19 no Estado, que já vitimou 2.193 pessoas, com 205 óbitos, as forças de segurança autuaram 205 pessoas por descumprimento de determinações de saúde pública. Isso ocorreu em 55 municípios pernambucanos. Vale lembrar que as determinações sanitárias estão embasadas não apenas nas diretrizes da Organização Mundial de Saúde e de autoridades sanitárias de todo o Brasil, mas também em recente decisão do Supremo Tribunal Federal, compreendendo a importância do isolamento social neste momento.
Os policiais militares, assim como os demais servidores públicos envolvidos na operação de enfrentamento à Covid-19, compreendem integralmente a importância e até a necessidade de lazer e esporte por parte de todos. Em sua rotina diária, os servidores públicos precisam deixar suas casas e suas famílias para oferecer serviços essenciais à população. Mas o momento exige, não apenas pela proteção de vidas, mas para que possamos atravessar essa grave crise de saúde pública e reestabelecer a normalidade no menor tempo possível.
Por: Maria Priscila Martins
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