Coronavírus já provoca corrida às farmácias, e máscaras somem
CoronavírusFoto: Hector Retamal/AFP
Em São Paulo, cidade com maior concentração de casos suspeitos, a corrida atrás do produto é maior
A epidemia de um novo coronavírus no mundo já causou uma corrida por máscaras descartáveis em São Paulo, apesar de o Brasil não ter nenhum caso confirmado da infecção. Em farmácias, o produto praticamente sumiu das prateleiras.
Até a tarde desta sexta-feira (31), o coronavírus 2019-nCoV já havia provocado 213 mortes, todas na China e quase 10 mil infecções em todo o mundo.
A reportagem entrou em contato e buscou por máscaras em mais de 30 drogarias de diferentes pontos da capital paulista. Só seis delas disseram ter o produto e avisaram que a demanda estava fora do comum.
Seja no centro, na Lapa, no Tatuapé, em Pinheiros ou no Itaim Bibi, os relatos mais comuns são de que os estoques não estão dando conta da procura. Na Avenida Paulista, uma das principais áreas de circulação de pessoas na cidade, nenhuma das farmácias consultadas tinha máscaras.
"A venda está bem rápida. Todos os dias a gente repõe e quando chega a noite sempre zera", diz Lívia Viana dos Santos, atendente de uma Drogasil do centro da cidade.
Nas farmácias que fazem parte da rede da Drogaria São Paulo, no estado de São Paulo, as vendas de máscaras entre domingo (26) e quarta (29) aumentaram 26%, segundo a assessoria da rede. Segundo a rede, a busca também aumentou em Minas Gerais. No estado, no mesmo período de tempo, nas Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo a venda do produto cresceu 139%.
A reportagem também procurou a rede Droga Raia e Drogasil, mas não recebeu os dados pedidos até o momento da publicação. Segundo funcionários de drogarias, a maior parte da procura parte de pessoas de origem asiática.
Não há, porém, motivos para o uso de máscaras no Brasil –pelo menos por enquanto. Leonardo Weissmann, médico infectologista e consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), afirma que, no momento, somente pessoas que se enquadrem em caso de suspeita de coronavírus devem usar máscaras cirúrgicas até serem colocadas em isolamento.
Tal procedimento é o indicado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e está sendo adotado pelos hospitais de São Paulo quando aparecem casos de suspeitas. Para prevenção da disseminação do coronavírus, a OMS também recomenda higiene das mãos e cobrir a boca ao tossir e/ou espirrar (e, em seguida, lavar as mãos).
As máscaras descartáveis só devem virar um item útil para o brasileiro caso o país passe a registrar transmissão ativa do coronavírus, ou seja, o aparecimento de pessoas infectadas que não tiveram contato com outros casos de suspeita ou contaminação.
Já em casos de possíveis exposições mais prolongadas ao vírus, como no contato com pacientes em isolamento ou parentes infectados, as máscaras do tipo N95 são as mais indicadas. Cuidados básicos são recomendados para que a proteção com a máscara descartável seja mais efetiva.
Como o próprio nome indica, o produto deve ser descartado logo após o seu uso. Ela também deve ser jogada fora imediatamente caso fique molhada, suja ou entre em contato com secreções, de acordo com a OMS. As mesmas regras de descarte são válidas para máscaras do tipo N95. Nessas, também é importante checar se o objeto está sendo usado de modo adequado.
Para colocar corretamente uma máscara N95 você deve:
1 - Encaixar a máscara no queixo, com a parte do objeto que se adapta ao nariz para cima
2 - Puxar a alça superior da máscara até acomodá-la na cabeça; fazer o mesmo a alça inferior, acomodando-a abaixo da orelha
3 - Com dois dedos de cada mão, moldar o formato do nariz na máscara
4 - Coloque as mãos sobre a máscara para testar se o produto está devidamente selado
4.1 - Espire fortemente; se houver você sentir a pressão na máscara, significa que ela está adequadamente selada
4.2 - Inspire profundamente; se houver selagem adequada, a máscara irá murchar Pelo faciais podem impedir o vedamento adequado da máscara N95. Já a máscara cirúrgica descartável não é feita para vedar completamente as vias respiratórias.
Folhapress
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