CARNAVAL DE NAZARÉ:GUERREIROS NA MATA E ZÉ PEREIRA NA EUROPA
Foto: Teresa Maia/Arquivo DP
As mãos marcadas pelo traço da terra, corte da cana e trabalhos braçais exaustivos, no carnaval dão vida ao maracatu rural, ou maracatu de baque solto, que tem como principal marca os caboclos de lança, cultura passada por gerações nas famílias. A capital do maracatu rural é a cidade de Nazaré da Mata, que está na zona da mata pernambucana e fica a 72 km do Recife.
Tradicionalmente na segunda-feira e terça-feira de carnaval, grupos com mais de 50 grupos de maracatus se encontram na praça principal de Nazaré da Mata. Diferente do maracatu de nação, o rural é composto por muito brilho, lantejoulas, fitas com cores vivas e uma rosa presa entre os dentes enquanto sua lança é movida em um ritmo contagiante. Ainda no século 19, o berço para o maracatu rural foram os engenhos da Zona da Mata de Pernambuco. Com a finalidade de trazer mais brilho e alegria ao carnaval, funcionários dos engenhos deram vida ao baque solto. O grupo mais antigo de Maracatu Rural ainda em atividade é o Cambinda Brasileira, fundado em 1918 no Engenho do Cumbe, em Nazaré da Mata.
ZÉ PEREIRA
O casal Zé Pereira e a esposa Vitalina chegam de barco da “Europa” hoje às 18h pelo Rio São Francisco. O pai de todos os bonecos gigantes do carnaval de Pernambuco, que completou 100 anos, no ano passado, renova as energias para a folia em Belém do São Francisco. Depois do desembarque eles seguem para o polo da folia na praça da cidade. De hoje até terça vão vai cumprir o mesmo roteiro vindos de barco.
DP
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