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sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

SANTA CRUZ - PEDINDO EQUILÍBRIO

Em meio a reforma do estatuto, presidente pede equilíbrio aos poderes do Santa Cruz

'Eu acredito que o Santa Cruz, ao final de todo esse processo, vai sair fortalecido', disse Tininho (Foto: Leandro de Santana/ DP Foto)


Clube vinha passando por uma série de reuniões nas últimas semanas para mudanças nas diretrizes estatutárias; cenário atual, no entanto, é de entrave


Constantino Júnior falou. Em visita ao Diario de Pernambuco, o presidente do executivo do Santa Cruz, pela primeira vez, posicionou-se sobre a possível mudança no estatuto que vem sido debatida no clube - formada por uma comissão especial de reforma desde setembro de 2018.  E adotou um tom ameno. Enfatizando 'equilíbrio', Tininho, sem entrar em maiores detalhes, indicou que concorda com alguns tópicos de mudanças nas diretrizes estatutárias, mas que enxerga também a necessidade de uma maior reflexão sobre outros aspectos.

“Tem pontos importantes a serem colocados e mudados. (Mas) Tem pontos também que precisam ser ponderados. A gente precisa, principalmente, de equilíbrio neste momento. É importante que o Santa Cruz tenha um ano de equilíbrio como um todo. Nem o próprio mercado pode entender que o clube está vivenciando uma guerra. A gente tem que caminhar para o equilíbrio. E o equilíbrio passa pela união dos poderes, pela discussão”, pontuou o mandatário. 

De acordo com Tininho, é importante que o clube evite uma polarização entre os que propõe transformações no estatuto com os que defendem a sua manutenção - ou parte desta. 

“Se houver respeito entre as partes, respeito das pessoas que estão tentando iniciar na vida política do clube, entendendo também que quem passou não chegou por acaso, criou uma história bonita. Não se pode sair denominando: 'quem passou por aqui é das antigas, é dinossauro’ ou ‘quem está entrando agora quer ser aproveitador'. Não é isso”.

Após a primeira das três reuniões para debate da reforma, os outros dois encontros foram suspensos  por ‘clima hostil’, segundo Alírio Moraes, presidente do Conselho Deliberativo, e ainda não têm previsão para serem realizados. Na ocasião, aliás, no último dia 17, muitos torcedores dirigiram-se ao Arruda e entoaram cantos de apoio ao clube. Tininho falou também como tem atuado em meio aos embates e prevê o clube mais forte após o processo de reforma. 

“Como presidente do executivo, preciso ter esse equilíbrio para buscar forças internamente. Eu não posso causar racha. Eu preciso ter todo mundo unido, claro, em prol das melhorias do clube. Mas com ponderação, respeito. A gente não pode perder o jovem que tem essa vontade de querer mudar, organizar a casa. Também não posso perder as pessoas que têm serviço prestados ao Santa Cruz, que merecem ser respeitadas. Então é esse equilíbrio que eu tenho buscado, conversando com os poderes, com as lideranças. Claro que o momento é muito turbulento, mas eu acredito que o Santa Cruz, ao final de todo esse processo, vai sair fortalecido”, projetou. 

“É nesse caminho que eu tenho buscado interceder perante as lideranças do clube e acho que a gente vai encaminhar para esse processo, não é algo que vai surgir da noite para o dia. Mas (vai ser feito) com diálogo, respeito, e fundamentalmente amor ao clube. A gente vai conseguir caminhar a passos largos e modificar alguns pontos, mas também entender as coisas que foram construídas para poder organizar o clube, respeitar quem tem a história fincada no clube que quer também o bem. Acho que a gente vai, sim, conseguir evoluir dentro de um processo democrático que todo mundo se respeita, se entenda e ao final de tudo saia vencedor”.

Um outro ponto que Tininho abordou foi o número de poderes que o clube tem. São cinco, no total: Conselho de Administração, Conselho Deliberativo, Comissão Patrimonial, Comissão Fiscal e, claro, o executivo - um dos pontos Comissão Especial de Reforma, aliás, é a dissolução da patrimonial como uma diretoria para o executivo.

“São muitos poderes, mas quando se tem entrosamento dos poderes, quando dialogam, eu não vejo dificuldade. Acho que os poderes podem se ajudar, estarem alinhados em prol do avanço do clube. O que não pode haver é uma disputa, racha entre os poderes para ver quem pode mais", afirmou.

"Então acho que é justamente essa conversa, esse equilíbrio, essa busca de entendimento para que os poderes se complementem e não disputem. Então uma ou outra condição sendo colocada a mesa com respeito, entendendo o que já se passou mas sabendo o que pode vir pela frente, a gente consegue conciliar isso sem diminuir o clube de forma alguma”, finalizou.

O caso: texto substitutivo, ‘clima hostil’ e reuniões suspensas
Um dia antes da primeira reunião para definir o texto do estatuto que irá à votação dos sócios, em assembleia geral, um documento assinado um documento assinado pelo Conselho de Administração do clube coral surpreendeu os planos da Comissão de Reforma, do Conselho Deliberativo e de movimentos populares da torcida, que vêm unindo forças no processo de reformulação do regimento.



DP

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