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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

VALORIZANDO A BASE

Em 2º ano na Série C, Náutico e Santa Cruz ampliam uso da base, Tricolor quase triplica

Hereda e João Victor foram as revelações mais utilizadas em seus clubes (Foto: Paulo Paiva/DP Foto; Peu Ricardo/DP Foto)


Timbu usou o mesmo total de jogadores, mas os pratas da casa somaram 83 jogos a mais, corais usaram menos atletas, mas multiplicaram presença


“É na crise que se cresce”, diz o ditado popular. Se para Náutico e Santa Cruz, o segundo ano na Série C representa uma crise, o aproveitamento de suas categorias de base em 2019 foi um crescimento. No Alvirrubro, a utilização da base foi destaque, com várias peças sendo titulares ao final do ano e ajudando o time a ser campeão da Série C. No Tricolor, a presença foi mais tímida, mas muito mais perceptível que na última temporada, com quase o triplo de jogos dos meninos da base em relação a 2018.

O Náutico, mais uma vez, consolida um bom ano no quesito de formação de atletas. No total, foram 15 crias alvirrubras entrando em campo, desde nomes como Jefferson, Jefferson Nem e Diego Silva, que retornaram ao clube após passagens em outras equipes, até promessas que devem ganhar mais espaço nas próximas temporadas, como Wagninho e Lucas Paraíba. Os pratas da casa foram fundamentais desde o aspecto financeiro, com Robinho, Bruno, Luiz Henrique e Tharcysio negociados; mas chegando à utilização prática em campo, com Thiago, Jefferson, Hereda e Diego Silva comumente entre os titulares.

Já no Santa, esse processo não está tão enraizado, mas com grandes evoluções. Ao longo do ano, apenas o zagueiro João Victor se firmou como titular da equipe, mas outros jovens também conseguiram destaque em 2019, como Warley e Elias Carioca. Esse último, inclusive, rendeu uma venda milionária (R$ 1,6 mi) ao Athletico Paranaense, algo que não acontecia no Arruda desde a saída de Raniel para o Cruzeiro por R$ 2 mi, em 2017. Ao total, foram seis revelações tricolores entrando em campo na temporada.

Se somarmos o número de jogos feitos pelos atletas das bases dos rivais, chegamos aos números de 280 para o Alvirrubro, frente a 100, do Tricolor. Em relação a 2018, esses valores representam aumentos de, respectivamente, 42% e 278%, uma vez que, no ano passado, o Náutico tinha disponibilizado 197 atuações para seus pratas da casa, enquanto, no Santa, o total era de apenas 36 jogos.

Indo além e fazendo o recorte do total de jogos de cada equipe na temporada (51 para o Timbu e 44 para os corais) e a utilização máxima de 14 jogadores por partida, descobrimos que a base alvirrubra representou 40% das presenças em campo ao longo do ano, enquanto, no Arruda, esse valor foi de 18%. Repetindo o mesmo cálculo para 2018, esses números eram de 31% e 6%.

FUTURO

E, se falamos de categorias de base, não podemos deixar de falar sobre o futuro, claro. Para 2020, o vice-presidente do Náutico, Diógenes Braga já adiantou a expectativa de uma utilização ainda mais profunda dos jovens. Ele já havia destacado alguns nomes que poderão receber destaque na próxima temporada, como Wagninho, Lucas Paraíba, Rhaldney, Júlio, Carlão, Bahia, Celestino, Luiz Felipe, Carpina e Neto.

“A gente tem a expectativa de, com calendário bem cheio no ano que vem, fazer um aproveitamento bom. Não é nem repetir o que a gente fez em 2018 ou 2019, é fazer um ano até melhor, a gente tem uma expectativa de revelação até acima do que a gente teve nesses dois anos. Vários atletas têm esse potencial que a gente acha que a gente vai colher bons frutos novamente"

Já faz parte do estatuto alvirrubro que a composição do elenco do Náutico tenha, pelo menos, 40% de jogadores revelados na base do clube. Quem pode seguir a mesma linha é o Santa Cruz, que está em processo de reforma estatutária e encaminha um percentual obrigatório de 30% do plantel, como nos explicou o presidente da Comissão de Reforma, Mário Godoy. Segundo o dirigente, além disso, 30% dos valores de venda de jogadores da base deve ser reinvestido na formação de atletas. Ainda que esses tópicos venham sendo bem avaliados pela torcida e pela diretoria, não se pode, porém, ter certeza sobre suas presenças na redação final do estatuto.

CONFIRA A UTILIZAÇÃO DAS BASES DE NÁUTICO E SANTA EM 2019

NÁUTICO
Jefferson (goleiro) - 18 jogos (18 C)
Bruno (goleiro) - 30 jogos (6 C, 2 CBR, 10 NE, 12 PE)
Hereda (lateral) - 40 jogos (21 C, 9 NE, 10 PE)
Diego Silva (zagueiro) - 28 jogos (13 C, 2 CBR, 6 NE, 7 PE)
Rafael Ribeiro (zagueiro) - 16 jogos (7 C, 1 CBR, 3 NE, 5 PE)
Wagninho (meia) - 8 jogos (5 C, 1 CBR, 2 NE)
Lucas Paraíba (meia) - 11 jogos (1 C, 2 CBR, 5 NE, 3 PE)
Rhaldney (meia) - 3 jogos (1 C, 1 CBR, 1 NE)
Luiz Henrique (meia) - 37 jogos (10 C, 2 CBR, 12 NE, 13 PE)
Yuri Martins (atacante) - 1 jogo (1 PE)
Jefferson Nem (atacante) - 6 jogos (6 C)
Thiago (atacante) - 39 jogos (17 C, 1 CBR, 9 NE, 12 PE)
Tharcysio (atacante) - 6 jogos (1 C, 2 CBR, 1 NE, 2 PE)
Robinho (atacante) - 18 jogos (1 C, 2 CBR, 4 NE, 11 PE)
Odilávio (atacante) - 19 jogos (4 C, 8 NE, 7 PE)
15 jogadores, somando 280 presenças (10 com pelo menos 10 jogos)
2018: 15 jogadores, somando 197 presenças (6 com pelo menos 10 jogos)
 
SANTA CRUZ
William (zagueiro) - 10 jogos (1 C, 3 NE, 6 PE)
João Victor (zagueiro) - 32 jogos (18 C, 4 CBR, 4 NE, 6 PE)
Warley (lateral) - 10 jogos (8 C, 2 NE)
Italo Henrique (meia) - 17 jogos (5 C, 4 CBR, 4 NE, 4 PE)
Jeremias (meia) - 3 jogos (1 PE, 2 NE)
Elias Carioca (atacante) - 28 jogos (7 C, 3 CBR, 9 NE, 9 PE)
6 jogadores, somando 100 presenças (5 com pelo menos 10 jogos)
2018: 7 jogadores, somando 36 jogos (1 com pelo menos 10 jogos)


DP

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