Entrevista Constantino Júnior: 'Para começarmos a pensar 2020 temos que encerrar 2019'
Presidente coral garantiu que clube terminará o ano com os salários em dia (Foto: Paulo Paiva/DP)
Em conversa com o Superesportes, o presidente do Santa Cruz falou sobre os passos iniciais para a próxima temporada e garantiu renovação de Pipico
Há exatamente uma semana, o Santa Cruz encerrava precocemente a sua temporada ao ser derrotado por 3 a 1 no clássico contra o Náutico, sendo eliminado ainda na primeira fase da Série C. Desde então, o presidente do clube Constantino Júnior, por conta de problemas de saúde, ficou em silêncio. Até este sábado. Em entrevista por telefone ao Superesportes, o mandatário coral pediu desculpas à torcida, fez um balanço do 2019 coral e já deu os primeiros sinais do planejamento para 2020.
Tininho garantiu que o Santa Cruz terminará o ano em dia com os atletas e acredita que isso ajudará na montagem do novo elenco. Falou também que o clube irá procurar renovar com alguns jogadores que disputaram a Série C e que estre eles a permanência do artilheiro Pipico é dada como certa. O mandatário coral analisou ainda a segunda passagem do técnico Milton Mendes e confirmou que o treinador não voltará para o próximo ano. E disse ainda ser cedo para tratar de um substituto.
Confira os principais pontos da entrevista
Qual o primeiro ponto que a diretoria está trabalhando após a saída na Série C?
O primeiro ponto é resolver 2019, seja acertando as contas de quem não vai ficar, iniciando as negociações de quem temos interesse na permanência ou empregando quem tem contrato. Para começarmos a pensar 2020 temos que encerrar 2019. Apesar das dificuldades vamos conseguir terminar o ano pagando todo mundo e isso abre muita porta no futuro. Acredito que o fato de honrarmos os compromissos com os atletas será um facilitador para a montagem de um novo elenco em 2020. Além disso, não antecipamos cotas. O que é da nossa gestão estamos conseguindo pagar direitinho e isso dá um alento maior.
Quantos jogadores do atual elenco vocês pretendem renovar contrato?
Já temos a ideia dos nomes, mas não queremos passar uma lista, nem dizer um número, nem um percentual. Mas já temos essa base montada.
Um desses nomes é o atacante Pipico. Como está essa negociação?
Estamos evoluindo bem. Pipico fica com a gente. Pela identificação e o respeito que ele mostrou ter com o Santa Cruz. Eaté pelo que ele sofreu. Assistimos o jogo final contra o Náutico juntos. É um cara fundamental e decisivo. A perda dele foi um dos fatores que nos atrapalhou bastante na reta final da Série C.
Milton Mendes foi contratado pelo São Bento para a disputa da Série B. Existe alguma chance dele retornar ao Santa para 2020? E se não, já se estuda o nome de um substituto?
Milton não volta. E o nome do treinador é algo para um segundo momento. Vamos aguardar um pouco e entender o mercado. Esse momento é de reflexão interna e adequação. Acertar as contas de quem vai sair e encerrar 2019 para começar 2020.
Ainda sobre Milton Mendes. Foi um erro trazê-lo?
Não foi um erro. Naquele momento precisávamos buscar algo diferente e conseguimos trazer um técnico que conhecia a casa e tinha liderança. Dentro do cenário do mercado do futebol brasileiro trouxemos um técnico de Série A para treinar o Santa Cruz na Série C. Tanto que a torcida e a imprensa também aprovaram naquele momento. E o início de trabalho foi bom. Terminamos o primeiro turno na vice-liderança. O pós é que não deu certo. Mas não foi um erro em trazê-lo.
Essa semana um grupo de sócios levantou a hipótese de pedir o seu impeachment. O que o senhor acha disso?
Na minha concepção não há legitimidade para isso. Mas esse é um assunto que está entregue ao departamento jurídico do clube. Não vou comentar a respeito.
Qual o balanço final que o senhor faz do 2019 do Santa Cruz?
O calendário da Série C é muito ingrato. Mesmo se tivéssemos atingido os objetivos pararíamos em setembro. Como não passamos para a fase final encerramos em agosto. Mas o balanço da gestão é que conseguimos dar um esteio e andar para deixar a casa organizada. Equacionamos dívidas, o que permitiu que os pagamentos ocorressem. Porém, no futebol não atingimos os nossos objetivos. Tivemos uma campanha razoável na Copa do Brasil, quando infelizmente merecíamos uma melhor sorte contra o Fluminense. No Pernambucano não fomos bem, mas estávamos com as atenções divididas com a Copa do Nordeste, onde chegamos à semifinal e fomos eliminados em um jogo único, fora de casa, contra um clube da Série A (Fortaleza). E na Série C, que é a competição mais importante, tivemos um momento de dificuldade no início da competição, trocamos o treinador e terminamos o primeiro turno na segunda colocação e em alta. Tanto que assisti o clássico com a diretoria do Náutico e eles próprios me falaram quem duas vagas eram do Santa Cruz e do Ferroviário (ambos acabaram eliminados). A Série C é uma competição muito parelha, passamos muito tempo sem pontuar no returno e isso foi fatal. É uma competição muito pecular onde as vezes o conjunto se sobrepõe à qualidade. E demoramos a entender. Chegar ao clássico dependendo do último resultado foi muito ruim.
O quanto a lesão de Pipico foi determinante?
Pelo momento que a lesão ocorreu isso afetou até mesmo a confiança do grupo, que tinha nele um cara decisivo e uma referência técnica. Isso teve um peso relevante. Mas nunca é uma coisa só. Não é só porque o treinador errou, ou o diretor de futebol errou. É um conjunto de fatores. Lógico que queríamos um resultado melhor. Pedimos desculpas à torcida pela eiminação. Sofremos tanto quanto eles.
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