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segunda-feira, 30 de setembro de 2019

SANTA CRUZ - CT NINHO DAS COBRAS

Comissão Patrimonial planeja entregar segundo campo do CT do Santa Cruz até o final do ano

O primeiro campo do CT Ninho das Cobras já está operando (Foto: Peu Ricardo/DP Foto)


O CT Ninho das Cobras terá três campos, ainda sem previsão para o terceiro


"Ou acharemos um caminho, ou construiremos". A frase pintada no muro do terreno onde está sendo construído o Centro de Treinamento do Santa Cruz não é despretensiosa. Sem grandes recursos vindos do clube, as obras se arrastam lentamente, impulsionadas por doações de materiais e de dinheiro feitas por poucos tricolores ilustres e por grupos de torcedores. Devagar (e muito), o CT vai saindo do papel do jeito que dá. Foi a maneira encontrada pela Comissão Patrimonial para driblar a ausência de um caminho mais fácil. Agora, a expectativa é para a entrega do segundo campo oficial, prevista para o fim de dezembro, ou seja, um ano após a inauguração do primeiro campo oficial.

O CT terá, ao todo, três campos com dimensões oficiais. O primeiro foi inaugurado no dia 28 de dezembro do ano passado e custou, aproximadamente, R$ 850 mil. O segundo teve sua drenagem concluída, mas precisa passar por um último procedimento antes do plantio da grama. "Falta fazermos um colchão de areia. É uma camada de 20 centímetros de areia", disse o diretor financeiro da Comissão Patrimonial do Santa Cruz, João Caixero. O terceiro campo oficial não tem previsão para ser inaugurado. "Quando a gente terminar o segundo, começamos a pensar no terceiro", enfatizou Caixero.
 
Para concluir a construção do segundo campo, a Comissão Patrimonial vai lançar uma campanha junto à torcida para que ela ajude a comprar a areia. "Precisamos de 240 caçambas de areia. Cada uma custa R$ 580. O dinheiro não vai para Santa Cruz. Vai direto para o fornecedor", explicou Caixero. Segundo ele, para o segundo campo, foram gastos, até o momento, R$ 260 mil. A expectativa é gastar mais R$ 350 mil. "Este segundo campo pretendemos entregar até o fim do ano, se nada acontecer".
 
Além dos três campos oficiais, o Centro de Treinamento deverá ter um hotel, refeitório, departamento médico, uma academia de musculação e área para a imprensa. Para estas obras, a Comissão patrimonial conta com os recursos de um projeto pré-aprovado junto ao Ministério do Esporte que, segundo João Caixero, prevê o investimento de R$ 2,4 milhões. "Nós temos que dar uma contrapartida de R$ 240 mil. Esse projeto não contempla os campos de futebol", disse o dirigente.
O Centro de Treinamento do Santa Cruz começou a sair do papel e 2011. Na época, o clube destinou metade do valor da venda do atacante Gilberto para o Internacional (R$ 1 milhão de um total de R$ 2 milhões) para a aquisição do terreno, na Estrada da Mumbeca, na Guabiraba. "De 2011 até 2016, o Centro de Treinamento ficou quase parado. Aí lançamos o livro Santa Cruz de Corpo e Alma. Eu doei 600 livros ao Santa Cruz. Mas disse que os recursos da venda do livro iriam para o CT. Antônio (Luiz Neto, ex-presidente do Executivo e ex-presidente da Comissão Patrimonial), disse 'para você ter certeza disso, você vai cuidar'", lembra Caixero.
Desde então, ele liderou diversas iniciativas para tentar arrecadar dinheiro para as obras do CT. Fez campanha para compra de tijolo e brita. E vendeu produtos. Fala calmamente sobre cada uma de suas ideias. Mas sobe o tom ao lembrar de uma delas: "Vendi cerveja artesanal, bolo de rolo, café e, por que não, ovo? Fui massacrado pela imprensa", disse, sem esconder uma pequena mágoa. A venda de ovos colocados por galinhas criadas dentro do CT foi encerrada.

HISTÓRIA

A frase que abre esta matéria, pintada no muto do CT, é atribuída a Aníbal Barca, conhecido apenas como Aníbal, um estadista cartaginês conhecido e cultuado por ter sido um grande estrategista militar. Ele viveu entre 247 a.C. e 183 a.C. e participou da Segunda Guerra Púnica, confronto entre Roma e Cartago, de 218 a.C. a 201 a.C., que terminou com vitória de Roma. Originalmente, sua frase mais famosa, se fosse traduzida literalmente, seria: "Ou nós encontramos um caminho, ou abrimos um".

CT EM NÚMEROS

10,4
hectares tem o terreno onde está sendo construído o Centro de Treinamento

8
funcionários trabalham na obra

180.000
tijolos fora usados para construir o muro do CT, que tem altura de três metros

105m x 68m
Dimensões que terãos os três campos previstos

2011
ano em que o CT começou a sair do papel, quando metade do valor da venda do atacante Gilberto para o Internacional foi desdtinado à compra do terreno

R$ 1 milhão
de um total de R$ 2 milhões referentes á venda do atacante Gilberto deu o pontapé inicial para a Construção do CT com a compra do terreno.

DP

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