Aliados relatam ceticismo com saída da prisão
Lula vive momento de ansiedade.
Aliados de Lula notaram o petista ansioso nos últimos dias. Ele tem demonstrado ceticismo quanto à possibilidade de uma mudança substancial em sua situação. Pessoas próximas indagam a quem interessa a libertação do ex-presidente para, em seguida, fazer uma provocação: “Nunca os métodos da Lava Jato foram tão questionados, mas o mercado não quer, o governo não quer, as Forças Armadas não querem e a mídia não quer. Muitas instituições cerraram fileiras na defesa de Sergio Moro”.
O grupo mais próximo de Lula diz que “só o STF poderia colocar ordem nessa história”, mas avalia que o tribunal está sob intensa pressão e que as chances de uma guinada na sequência de derrotas colhidas pelo petista, mesmo com as revelações de bastidores da Lava Jato, é pequena.7
Lula também tem demonstrado apreensão com os rumos de seu partido. Há uma disputa entre grupos do PT em torno da presidência da legenda, hoje nas mãos de Gleisi Hoffmann. O ex-presidente tenta construir um acordo.
Recentemente, o petista demonstrou ânimo com a visita do candidato que lidera a corrida pela Presidência da Argentina, Alberto Fernández, à carceragem da PF. Lula não é pessoalmente próximo do político e viu no gesto uma deferência importante.
Auxiliares do ex-presidente lembram que, em meados de agosto, ele completará 500 dias na prisão.
Daniela Lima - Painel - Folha de S.Paulo
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