Mesmo com 12 mortes registradas na RMR, governo avalia como eficiente trabalho da Defesa Civil
Com o registro de 12 mortes na Região Metropolitana do Recife (RMR) durante a madrugada dessa quarta-feira (24), o governo de Pernambuco realizou, na manhã desta quinta-feira (25), uma reunião do comitê de acompanhamento de chuvas e avaliou como eficiente o trabalho da Defesa Civil do estado. O encontro aconteceu no Palácio do Campo das Princesas, bairro de Santo Antônio, área central do Recife.
De acordo com o governo, 1,3 mil profissionais da administração estadual e órgãos vinculados estão atuando em atividades de resgate, pronto-atendimento, mobilização e prevenção. "Em primeiro lugar, queremos nos solidarizar com as famílias das vítimas dos deslizamentos de barreiras. Não só as de ontem, no Recife, Olinda e Abreu e Lima, mas também as de Camaragibe e Jaboatão dos Guararapes, nos casos ocorridos no mês passado", afirmou o governador, Paulo Câmara.
Além do governador, participaram da reunião o secretário-executivo de Defesa Civil de Pernambuco, coronel Lamartine Barbosa; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, coronel Manoel Cunha; além de representantes da Casa Militar e da Polícia Militar. "O governo do estado de Pernambuco tem investido fortemente na capacitação das equipes de Defesa Civil municipais, através de oficinas, o conhecimento da Defesa Civil estadual é levado aos municípios, que fazem o trabalho preventivo. Essa prevenção permite que as famílias sejam alertadas a tempo e deixem a área antes que aconteçam desastres", afirmou Lamartine Barbosa.
Em relação ao trabalho do estado em relação às chuvas dessa quarta, o secretário-executivo classificou como eficiente a ação da Defesa Civil. "Avalio como eficiente, com uma pronta resposta do Corpo de Bombeiros nas ações de resgate das vítimas, inclusive na expectativa de encontrar pessoas com vida. As equipes municipais de Defesa Civil atuaram também quanto à avaliação dos riscos durante o desastre para evitar que aconteça o chamado segundo desastre, ou seja, quando as pessoas estão trabalhando, as famílias sendo removidas, e acontece outro desastre sobre o original", considerou.
"Estamos fazendo um apurado principalmente desse desastre acontecido no dia 24 e infelizmente, com a produção de 12 óbitos, pelas quais lamentamos e nos solidarizamos com as famílias. A Defesa Civil estadual trabalha na expectativa de capacitar as equipes municipais para que, antes do período da chamada quadra chuvosa, que, na Região Metropolitana se estende de abril e julho, elas possam ter a capacidade de dimensionar o risco e de ter interlocução com as famílias, tornando as pessoas conscientes do senso de autoproteção, de cuidar da própria segurança, da família e da comunidade", disse o secretário-executivo de Defesa Civil de Pernambuco.
Segundo ele, quatro municípios da RMR e Mata Norte - Igarassu, Abreu e Lima, Vicência e Goiana - fizeram decretos municipais de declaração de situação de emergência. "Esse decreto precisa ter um trabalho continuado de produção de documentos com informações carreadas pela Defesa Civil estadual e municipal para a Defesa Civil nacional a fim de haver o reconhecimento. A partir disso, ter a destinação de recursos para os municípios", esclareceu. Barbosa ressaltou que o estado tem orientado as equipes municipais para que os relatórios sejam finalizados ainda nesta quinta.
O trabalho do estado, agora, de acordo com o secretário-executivo, é tentar reestabelecer a normalidade nos locais atingidos. "Buscar, no mais curto tempo possível, trazer à normalidade a vida das pessoas e das famílias afetadas pelo desastre. Hoje, estamos tratando dessa questão da regularização dos processos de decretação de situação de emergência desses quatro municípios, e as equipes municipais estão em campo monitorando o risco remanescente, fazendo o trabalho de limpeza, para ser, no futuro, reocupado", afirmou.
Sobre o trabalho do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, o comandante-geral da corporação, coronel Manoel Cunha, informou que o trabalho foi encerrado às 3h desta quinta. "As equipes trabalharam intensamente por 36 horas. Foram mais de 400 profissionais trabalhando e mais de 280 ocorrências de chamamento, com 200 pessoas ilhadas resgatadas de suas residências. Foi um ambiente muito difícil de trabalho, mas o Corpo de Bombeiros continua de prontidão para atuar nesses situações", pontuou. "A Defesa Civil orienta sobre o tipo de vegetação que pode ser plantada nessas áreas (de morro). Agora, o que ocasionou muito isso é realmente a falta de cuidado da proteção das barreiras também por parte dos que ali moram. Além disso, a quantidade de chuvas, pois encharcou muito esses locais", completou. Nesta quinta, nenhuma ocorrência foi registrada pela corporação.
Mortes
A cada chuva torrencial registrada no estado, como a que atingiu a Mata Sul no fim de semana e a RMR desde a última terça-feira, um rastro de destruição e mortes atinge a vida dos pernambucanos. Desde o último domingo, a cidade de Barreiros, na Mata Sul do estado, enfrenta transtornos causados pela chuva. O nível dos rios Una e Carimã subiu e 518 famílias ficaram desalojadas.
Nessa quarta, foram registradas 12 vítimas fatais na RMR, sendo cinco em Abreu e Lima, quatro em Olinda e três no Recife. Esse é o maior número de mortes relacionadas às chuvas dos últimos nove anos. Somadas às 10 mortes da última forte chuva deste ano, no dia 13 de junho, temos, em 2019, a maior tragédia associada ao período de inverno desde a década de 1970, quando morrem mais de 100 pessoas. Em 2010, as enchentes na Zona da Mata Sul do estado deixaram 20 mortos, mais de 55 mil pessoas desalojadas e quase 27 mil desabrigados.
Desde a última sexta-feira, o estado tem registrado chuvas recorrentes, de moderadas a fortes. Foi entre as 9h da última terça-feira e as 9h dessa segunda que a situação se intensificou. Alguns municípios receberam 245 milímetros de queda d’água, segundo a Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac), provocando deslizamentos de barreiras, quedas de árvores e postes de energia elétrica, além diversos pontos de alagamentos. Cinco crianças ficaram feridas e foram socorridas para hospitais públicos do estado e 1,2 mil pessoas estavam desalojadas na Região Metropolitana do Recife, isto é, tiveram de sair temporariamente de casa.
DP
Cinco mortes foram registradas em Abreu e Lima nessa quarta, sendo quatro pessoas da mesma família. Foto: Leandro de Santana/Esp.DP.
De acordo com o governo, 1,3 mil profissionais da administração estadual e órgãos vinculados estão atuando em atividades de resgate, pronto-atendimento, mobilização e prevenção. "Em primeiro lugar, queremos nos solidarizar com as famílias das vítimas dos deslizamentos de barreiras. Não só as de ontem, no Recife, Olinda e Abreu e Lima, mas também as de Camaragibe e Jaboatão dos Guararapes, nos casos ocorridos no mês passado", afirmou o governador, Paulo Câmara.
Além do governador, participaram da reunião o secretário-executivo de Defesa Civil de Pernambuco, coronel Lamartine Barbosa; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, coronel Manoel Cunha; além de representantes da Casa Militar e da Polícia Militar. "O governo do estado de Pernambuco tem investido fortemente na capacitação das equipes de Defesa Civil municipais, através de oficinas, o conhecimento da Defesa Civil estadual é levado aos municípios, que fazem o trabalho preventivo. Essa prevenção permite que as famílias sejam alertadas a tempo e deixem a área antes que aconteçam desastres", afirmou Lamartine Barbosa.
Em relação ao trabalho do estado em relação às chuvas dessa quarta, o secretário-executivo classificou como eficiente a ação da Defesa Civil. "Avalio como eficiente, com uma pronta resposta do Corpo de Bombeiros nas ações de resgate das vítimas, inclusive na expectativa de encontrar pessoas com vida. As equipes municipais de Defesa Civil atuaram também quanto à avaliação dos riscos durante o desastre para evitar que aconteça o chamado segundo desastre, ou seja, quando as pessoas estão trabalhando, as famílias sendo removidas, e acontece outro desastre sobre o original", considerou.
"Estamos fazendo um apurado principalmente desse desastre acontecido no dia 24 e infelizmente, com a produção de 12 óbitos, pelas quais lamentamos e nos solidarizamos com as famílias. A Defesa Civil estadual trabalha na expectativa de capacitar as equipes municipais para que, antes do período da chamada quadra chuvosa, que, na Região Metropolitana se estende de abril e julho, elas possam ter a capacidade de dimensionar o risco e de ter interlocução com as famílias, tornando as pessoas conscientes do senso de autoproteção, de cuidar da própria segurança, da família e da comunidade", disse o secretário-executivo de Defesa Civil de Pernambuco.
O trabalho do estado, agora, de acordo com o secretário-executivo, é tentar reestabelecer a normalidade nos locais atingidos. "Buscar, no mais curto tempo possível, trazer à normalidade a vida das pessoas e das famílias afetadas pelo desastre. Hoje, estamos tratando dessa questão da regularização dos processos de decretação de situação de emergência desses quatro municípios, e as equipes municipais estão em campo monitorando o risco remanescente, fazendo o trabalho de limpeza, para ser, no futuro, reocupado", afirmou.
Sobre o trabalho do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, o comandante-geral da corporação, coronel Manoel Cunha, informou que o trabalho foi encerrado às 3h desta quinta. "As equipes trabalharam intensamente por 36 horas. Foram mais de 400 profissionais trabalhando e mais de 280 ocorrências de chamamento, com 200 pessoas ilhadas resgatadas de suas residências. Foi um ambiente muito difícil de trabalho, mas o Corpo de Bombeiros continua de prontidão para atuar nesses situações", pontuou. "A Defesa Civil orienta sobre o tipo de vegetação que pode ser plantada nessas áreas (de morro). Agora, o que ocasionou muito isso é realmente a falta de cuidado da proteção das barreiras também por parte dos que ali moram. Além disso, a quantidade de chuvas, pois encharcou muito esses locais", completou. Nesta quinta, nenhuma ocorrência foi registrada pela corporação.
Mortes
A cada chuva torrencial registrada no estado, como a que atingiu a Mata Sul no fim de semana e a RMR desde a última terça-feira, um rastro de destruição e mortes atinge a vida dos pernambucanos. Desde o último domingo, a cidade de Barreiros, na Mata Sul do estado, enfrenta transtornos causados pela chuva. O nível dos rios Una e Carimã subiu e 518 famílias ficaram desalojadas.
Nessa quarta, foram registradas 12 vítimas fatais na RMR, sendo cinco em Abreu e Lima, quatro em Olinda e três no Recife. Esse é o maior número de mortes relacionadas às chuvas dos últimos nove anos. Somadas às 10 mortes da última forte chuva deste ano, no dia 13 de junho, temos, em 2019, a maior tragédia associada ao período de inverno desde a década de 1970, quando morrem mais de 100 pessoas. Em 2010, as enchentes na Zona da Mata Sul do estado deixaram 20 mortos, mais de 55 mil pessoas desalojadas e quase 27 mil desabrigados.
Desde a última sexta-feira, o estado tem registrado chuvas recorrentes, de moderadas a fortes. Foi entre as 9h da última terça-feira e as 9h dessa segunda que a situação se intensificou. Alguns municípios receberam 245 milímetros de queda d’água, segundo a Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac), provocando deslizamentos de barreiras, quedas de árvores e postes de energia elétrica, além diversos pontos de alagamentos. Cinco crianças ficaram feridas e foram socorridas para hospitais públicos do estado e 1,2 mil pessoas estavam desalojadas na Região Metropolitana do Recife, isto é, tiveram de sair temporariamente de casa.
DP
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