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quinta-feira, 27 de junho de 2019

SELEÇÃO BRASILEIRA

CONVERSA PRA BOI DORMIR DE TITE

O amigo, Pedro Luís, - Pedrão - não se conteve e colocou no facebook, com muita sutileza, uma crítica sobre o vocabulário do técnico Tite, da Seleção Brasileira de Futebol. Na sua última coletiva, o "Encantador de Repórteres", como costuma chamar o mestre, José Joaquim Pinto de Azevedo, se superou ao ressaltar as qualidades do novo titular da Canarinha, que nesta quinta-feira enfrentar o Paraguai, pelas quartas de final da Copa América: "Ele é um jogador reboteiro e infiltrador".

Senti falta de alguém para pedir aplausos a imprensa juvenil que sequer pestanejava com o eloquente orador.

Coisa do futebol brasileiro! Diria o saudoso Edvaldo Morais.

É inevitável ouvir Tite, e de imediato lembrar de Sebastião Lazaroni, comandante da Seleção Brasileira na Copa da Itália, em 90. O "Lazaronês" era um sucesso a época. O time não conseguia evoluir dentro das quatro linhas, mas as entrevistas do treinador da CBF eram por demais divertidas.

Após a convincente goleada que o Brasil aplicou no Peru (5x0), a euforia veio à tona e o ego do nosso treinador ficou ainda mais inflado. Nada a contestar do resultado do último jogo, mas convenhamos, o adversário se equivocou ao montar um esquema para encarar o Brasil de frente, ou seja, de igual para igual. É como se não conhecesse o exército adversário. Enfim, os peruanos subestimaram a seleção anfitriã, que até então, não havia apresentado um bom futebol. Pagou caro pelo imperdoável equívoco.

Alguns analistas evocam o passado para emoldurar o confronto com os paraguaios d dramaticidade. E logo vem a lembrança as desclassificações em cobranças de pênaltis e tudo o mais. Numa comparação direta de valores o time brasileiro está numa distância abissal da equipe paraguaia, que recebeu a classificação para esta fase da competição como um presente que lhe caiu no colo.

Evidente que estamos falando no pressuposto, contudo, não existe outra leitura, por mais ousados que venhamos a ser: vamos ter um jogo de ataque contra defesa, com o Paraguai jogando por uma bola e buscando a decisão por pênaltis. Me parece muito obvio.

Alguém pode pegar o retrospecto deste confronto - Brasil x Paraguai - na Copa América, e argumentar que as coisas não são tão obvias assim, ou seja, que na teoria o favoritismo brasileiro sempre existiu, embora não fosse consolidado na prática.

Respeito os fatos, mas mantenho o otimismo. Afinal, o Brasil vai ter um jogador "reboteiro e infiltrador".

Palavras do professor.


POR CLAUDEMIR GOMES

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