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sexta-feira, 24 de maio de 2019

REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Guedes diz que se aposenta e deixa o país caso reforma não seja aprovada

Ministro da Economia, Paulo GuedesFoto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil


Em março, Guedes deu declaração em tom semelhante, durante audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado

ministro Paulo Guedes, da Economia, voltou a ameaçar renunciar ao cargo caso a reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro sofra alterações radicais no Congresso Nacional. O texto ainda é debatido na Câmara, onde congressistas estudam até um projeto próprio. Nesta sexta-feira, no fim da manhã, no Recife, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, sobre as declarações do ministro, que "'Ninguém é obrigado a continuar como ministro".

"Pego um avião e vou morar lá fora. Já tenho idade para me aposentar", disse o ministro à revista Veja. Guedes afirmou que uma "reforminha", como ele chamou uma proposta muito diferente da originada no governo, levaria a economia do país a um estado de caos já no próximo ano.

"Se não fizermos a reforma, o Brasil pega fogo. A velha Previdência quebrou. Não vamos ter nem dinheiro para pagar aos funcionários. Vai ser o caos no setor público, tanto no governo federal como nos estados e municípios", disse à revista.

Em março, Guedes deu declaração em tom semelhante, durante audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. "Eu venho para ajudar. Se o presidente não quer, se o Congresso não quer... vocês acham que vou brigar para ficar aqui? Estou aqui para servi-los", respondeu na ocasião ao ser questionado se ficaria no governo caso a reforma da Previdência não fosse aprovada.

"Agora, se ninguém quiser o serviço, vai ser um prazer ter tentado, não tenho apego ao cargo, como também não tenho inconsequência e a irresponsabilidade de sair na primeira derrota, desistir", disse à comissão.

Ainda nesta sexta-feira (24), pouco após a entrevista do ministro à Veja vir a público, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se manifestou em apoio a Guedes. "É um direito dele, ninguém é obrigado a continuar como ministro meu. Logicamente, ele está vendo uma catástrofe, é verdade, eu concordo com ele [Guedes], se nós não aprovarmos algo realmente muito próximo ao que enviamos no Parlamento. O que Paulo Guedes vê, e ele não é nenhum vidente, nem precisa ser, para entender que o Brasil vai viver um caos econômico sem essa reforma", disse, em Recife (PE), em sua primeira visita ao Nordeste como presidente da República.


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