Chanceler Ernesto Araújo diz que não houve golpe no Brasil em 1964
Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Ernesto AraújoFoto: MANDEL NGAN / AFP
No Congresso, ministro disse que 'foi um movimento para que o Brasil não se tornasse uma ditadura'
Araújo respondeu a uma pergunta do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). Com a sua declaração, Araújo se alinha ao presidente Jair Bolsonaro, que determinou que os quartéis brasileiros festejem o aniversário de 55 anos do golpe militar que inaugurou a ditadura que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985.
A determinação do presidente da República gerou reações de parlamentares e de entidades, como a Defensoria Pública da União, que ajuizará uma ação civil pública para impedir que a data do 31 de Março seja comemorada nas unidades militares.
Durante seu comparecimento na Comissão de Relações Exteriores, Araújo fez uma defesa da sua gestão no Itamaraty. Ele negou que a política de aproximação com os Estados Unidos represente uma ação de subserviência aos interesses norte-americanos, uma das críticas disparadas por congressistas da oposição.
"Eu acho que o que existia antes era um complexo de inferioridade em relação aos Estados Unidos, no qual tinha-se a sensação de que qualquer cooperação com os EUA viria em detrimento do Brasil", declarou o chanceler. "Esse complexo foi um gigantesco tiro no pé do Brasil durante décadas", acrescentou.
Ele rebateu ainda as queixas de que o Brasil estaria reduzindo a qualidade do seu relacionamento com a China, hoje o principal parceiro comercial do país. Segundo ele, o país não pode atender todos os interesses que os chineses têm no Brasil. "Não teremos entreguismo nem para a China nem para os EUA", declarou o ministro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário